Publicado em: 27/02/2012 às 09:20hs
Devido à urgência de alguns pontos estratégicos para a estruturação de uma política cafeeira sustentável, participamos de audiência com o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Dcaf/Mapa), senhor Edilson Alcântara, a quem sugerimos a realização de reuniões dos comitês diretores do Conselho Deliberativo da Política do Café para tratarmos de assuntos que ficaram pendentes na reunião do dia 15 de fevereiro do CDPC.
Atendendo a nosso pleito, o diretor prontamente agendou para a próxima quarta-feira, dia 29 de fevereiro, as reuniões dos Comitês Diretores de Planejamento Estratégico (CDPE/Café) e de Promoção e Marketing (CDPM/Café). É válido salientar que o CNC encaminhou ofício ao Secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, senhor Gerardo Fontelles, solicitando a inclusão do Preço Mínimo de Garantia para o Café na pauta da reunião do planejamento estratégico.
Já na quinta-feira, realizamos uma reunião no escritório-sede do Conselho Nacional do Café, em São Paulo (SP). Debatemos formas para dar maior agilidade às ações e aos trabalhos a serem desenvolvidos pelo CNC nesta
nova gestão.
O FUTURO DA CAFEICULTURA
Com foco em uma cafeicultura sustentável e, principalmente, preocupado com o planejamento da atividade e para que as informações necessárias para se alcançar essa sustentabilidade cheguem ao produtor de café do Brasil, o CNC convidou o especialista * Carlos Brando, sócio da P&A Marketing International – empresa de consultoria, marketing e trading, especializada no agronegócio com ênfase em café –, que ministrará a palestra “O futuro da cafeicultura”, na segunda quinzena de março (data ainda a ser definida), no município de Varginha, Sul de Minas Gerais, dentro da programação da reunião ordinária do Conselho.
Também pensando em estreitar relacionamentos e atender a demandas mais específicas de seus associados, o Conselho Nacional do Café procurará, sempre que possível, descentralizar suas reuniões ordinárias, realizando-as nos municípios de suas cooperativas e/ou associações componentes, como será realizado, no próximo mês, em Varginha.
ANÁLISE DE MERCADO
A cotação do café apresentou leve recuperação nesta semana. Até o fechamento deste informativo, no final da manhã desta sexta-feira (24), o contrato maio/12 da Bolsa de Nova York operava a 203,85 centavos de dólar por libra peso. Se compararmos com o preço médio praticado no pregão de NY durante o ano de 2011, que foi de 227,50 centavos – de acordo com dados da OIC –, a cotação atual do contrato maio/12 está 11% abaixo da média praticada no ano anterior.
O Departamento do Café do Ministério da Agricultura divulgou, nessa quinta-feira (23), o Informe Estatístico do Café referente a janeiro de 2012. O documento comunica que as exportações totais atingiram 2.170.044 sacas no primeiro mês deste ano, representando queda de quase 1 milhão de sacas — ou 28,66% — em relação ao volume apurado em dezembro de 2011, quando foram exportadas 3.041.702, e de 21,76% na comparação com o montante embarcado no primeiro mês de 2011 (2.773.503 sacas). Estes números confirmam as informações de nossa análise de mercado da semana passada, demonstrando que realmente o volume disponível para exportação até a entrada da próxima safra é escasso, e que o Brasil deverá registrar um curtíssimo estoque de passagem.
Outro dado interessante é que os produtores aproveitaram muito bem os bons preços praticados pelo mercado no ano passado, tendo comercializado, até o final de dezembro, aproximadamente 80% da safra 2011. Por outro lado e como consequência do bom aproveitamento das condições de mercado pelos produtores, as indústrias aumentaram seus estoques no segundo semestre.
Duas interrogações fundamentais irão ditar o ritmo dos preços nos próximos meses:
- Em quanto as grandes indústrias irão reduzir suas compras e diminuir seus estoques até a entrada da safra brasileira (sabendo do risco sempre presente do frio intenso na entrada do inverno nas regiões de montanhas, que produzem os cafés que estão mais escassos no mercado)?
- Qual a disposição e a necessidade dos produtores, que já comercializaram cerca de 80% de sua safra, em ceder aos níveis atuais praticados nas bolsas?
A queda do volume comercializado neste início do ano mostra, aparentemente, uma resistência dos cafeicultores brasileiros em colocar no mercado o saldo de sua safra nos preços atuais.
Brasília, 24 de fevereiro de 2012.
SILAS BRASILEIRO
Presidente Executivo
* Carlos H. J. Brando é engenheiro com pós-graduação em planejamento e negócios pelo MIT (EUA) e possui mais de 30 anos de experiência no agronegócio café. Durante seu período como diretor da Pinhalense, um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos para processar café, cumpriu a difícil missão de incentivar a melhoria da qualidade dos cafés brasileiros e coordenou o projeto do sistema de processamento de café “cereja descascado”. Em 1995 fundou a empresa de “trading”, marketing e consultoria P&A Marketing Internacional, que tem prestado consultoria de marketing dos cafés brasileiros para a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), às quatro regiões produtoras de café no estado de Minas Gerais e a clientes e associações em muitas áreas produtoras. Brando foi um dos principais idealizadores do Programa de Marketing Cafés do Brasil e teve papel importante na definição das regiões produtoras do País, bem como na caracterização de seus cafés. Atualmente, lidera grupo de consultores que vem prestando serviços a vários países produtores e à própria OIC, muito especial em temas de aumento de consumo de café.
Fonte: CNC - Conselho Nacional do Café
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