Café

O café ainda não subiu a rampa do Planalto

Mais uma vez os produtores rurais se mobilizaram em defesa dos interesses do setor cafeeiro, desta vez na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que esperamos venha a tomar caráter nacional com a atenção efetiva do Governo Federal que, a bem da verdade, ainda não cumpriu com o compromisso assumido, no período eleitoral, com os cafeicultores


Publicado em: 10/05/2012 às 15:30hs

O café ainda não subiu a rampa do Planalto

A presidente foi eleita, mas o café ainda não subiu a rampa do Planalto.

A exemplo das outras mobilizações, como o SOS Café em Brasília e Varginha ou as várias audiências públicas no Congresso, na própria Assembléia de Minas ou nas cooperativas, o encontro realizado na capital mineira no dia 26 de abril, foi suprapartidário e não foi só em defesa dos produtores de café, mas sim em defesa do Brasil, reconhecendo, valorizando e preservando um setor que gera mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos e que promove o desenvolvimento econômico e social em 1.800 cidades, 600 delas só em Minas Gerais.

Além do programa de opções para um volume de até 5 milhões de sacas na safra 2012/13, o que evitaria um prejuízo letal de R$ 6 a R$ 7 bilhões ao país e daria tranquilidade para o cafeicultor colher sua safra com rentabilidade, o objetivo da reunião foi apontar, uma vez mais, soluções para uma política pública efetiva para a cafeicultura. O que seria necessário hoje para o Brasil fortalecer o setor cafeeiro? O governo de qualquer país que tem o status de ser o maior produtor de café - e logo será o maior consumidor - deve buscar manter a renda de seus produtores, para garantir a eficiência na lavoura e uma boa produtividade e qualidade.

O governo que entender que a cafeicultura gera emprego, estabiliza o campo, que o produto vale a pena para o país, pois é de alto consumo e de alto valor para exportação, tem que subsidiar a atividade. Quais são os quatro pilares? O primeiro é fixar um preço mínimo que garanta renda. O segundo é criar uma política de custeio. A terceira ação é a criação de uma política de comercialização que contemple toda a cadeia do agronegócio café e, por fim, a implantação de uma política de seguro de renda.

Conseguimos, por força de nossa união e esforço político, importantes e inúmeras conquistas.

Mas ainda não temos uma política consistente, que ofereça suporte e que dê garantias aos produtores “da porteira pra dentro”. Isto ocorre porque a agropecuária, e o café, são colocados em planos inferiores na pauta do Governo Federal, enquanto que em países desenvolvidos são prioridades absolutas, inclusive com subsídios.

Passou da hora, mas ainda é tempo do Brasil acordar para a importância social e econômica do café.

Carlos Melles é deputado federal pelo quinto mandato consecutivo. Presidente de honra do Conselho Nacional do Café e Presidente da Cooparaíso.

Fonte: Coffee Break

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