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Mercado internacional avilta os preços do grão arábica

Para o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, a queda nos preços está atrelada a vários fatores que vão desde a substituição do tipo arábica pelo conillon, que tem preços mais competitivos, até a alta tributação sobre o produto nos principais mercados consumidores do café brasileiro, principalmente na União Europeia e nos Estados Unidos


Publicado em: 19/03/2013 às 18:20hs

Mercado internacional avilta os preços do grão arábica

Além disso, o subsídio concedido a países produtores, como a Colômbia, para combater o narcotráfico, também interfere na comercialização do grão brasileiro no mercado mundial.

Com os preços abaixo dos custos de produção, o endividamento dos cafeicultores é crescente, o que poderá provocar a retração nos investimentos e, caso a situação persista, poderá ocorrer até mesmo queda no volume produzido.

De acordo com Robério Silva, o principal problema causado pelos baixos preços pagos pelo café arábica é o comprometimento da sustentabilidade da economia cafeeira. "A grande preocupação de todo setor é que o café arábica, que tem a maior qualidade, sofra com a redução dos tratos culturais, e o receio ainda maior é que ocorra redução da safra".

Mercado - Em relação ao mercado, a tendência é que devido à valorização dos preços do conillon, a demanda pelo arábica, que está com preços em queda, seja retomada. Porém, não existe perspectiva em relação a quando isso irá se concretizar.

"Não temos problema com o café conillon, o que temos é uma grave queda nos preços do café arábica. A expectativa é que na medida em que aumenta a diferença entre os preços do arábica e do conillon, haverá diminuição da arbitragem entre os preços de Nova York e os de Londres. Isso, naturalmente, vai levar a uma substituição do café conillon, que está ficando relativamente caro devido ao aumento da demanda. Portanto irá retomar não só a demanda, como os preços do arábica. Não vou precisar quando isso irá acontecer mas o mercado vai se ajustar. O arábica está muito barato em relação ao robusta", disse.

Minas Gerais, que é o maior produtor do país, registra quedas significativas no faturamento gerado com os embarques do grão. No primeiro bimestre deste ano, a receita gerada com as negociações do grão recuou 27,17%, somando US$ 561 milhões contra os US$ 770 milhões registrados no primeiro bimestre de 2012. No período, foram exportadas 169,2 mil toneladas, volume que ficou 6,96% superior quando comparado com as 158 mil toneladas enviadas anteriormente.

Ao longo de 2012, a receita gerada pelo embarque do café recuou 34,05%, ficando em US$ 3,7 bilhões, frente aos US$ 5,8 bilhões faturados em 2011. Em relação ao volume, a queda acumulada no período foi de 21,38%, com 953 mil toneladas exportadas.

Mesmo com a queda, no ano passado, as exportações do café mineiro responderam por 48% dos embarques totais do agronegócio e ficou em segundo lugar na pauta exportadora de Minas Gerais, perdendo apenas para o minério de ferro. A preocupação de todo setor é que o café arábica, que tem a maior qualidade, sofra com a redução dos tratos culturais, e o receio ainda maior é que ocorra redução da safra.

Fonte: Diário do Comércio

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