Os preços do café iniciaram esta segunda-feira (27) com movimentos divergentes nas bolsas internacionais, refletindo a volatilidade que tem caracterizado o mercado. Enquanto os contratos de café arábica registram alta em Nova York, os futuros do robusta apresentam oscilações mistas.

Segundo a Bloomberg, os preços do café arábica atingiram um recorde histórico na semana passada, subindo mais de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. O aumento foi impulsionado por uma breve ameaça de imposição de tarifas pelos Estados Unidos à Colômbia, que trouxe maior incerteza ao mercado já pressionado pela escassez global de oferta. Embora a ameaça tenha sido rapidamente retirada, o episódio evidenciou a fragilidade comercial do setor e o impacto de possíveis interrupções.

Além disso, safras abaixo do esperado nos principais países produtores, como Brasil e Vietnã, continuam a restringir a oferta global. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que os estoques mundiais de café na safra 2024-2025 podem atingir o nível mais baixo dos últimos 25 anos, o que tem impulsionado a compra de contratos por fundos e sustentado os preços.

Movimentações nos contratos futuros

Por volta das 8h30 (horário de Brasília), os contratos futuros de café arábica em Nova York apresentavam as seguintes variações:

• Março/25: alta de 145 pontos, cotado a 349,00 cents/lbp;
• Maio/25: aumento de 105 pontos, negociado a 344,10 cents/lbp;
• Julho/25: alta de 115 pontos, cotado a 337,55 cents/lbp;
• Setembro/25: aumento de 80 pontos, com preço de 328,00 cents/lbp.

Já o robusta registrava comportamento misto em Londres:

• Janeiro/25: alta de US$ 27, cotado a US$ 5.534/tonelada;
• Março/25: baixa de US$ 7, negociado a US$ 5.537/tonelada;
• Maio/25: queda de US$ 14, com preço de US$ 5.485/tonelada;
• Julho/25: recuo de US$ 16, cotado a US$ 5.400/tonelada.

Ano Novo Lunar no Vietnã e impacto no mercado

A proximidade do feriado do Ano Novo Lunar no Vietnã também tem influenciado os preços do robusta. Durante a celebração, há uma interrupção temporária no fornecimento global de grãos por parte do país, que é um dos maiores exportadores da variedade.

A combinação de fatores sazonais e estruturais reforça a incerteza no mercado de café, que segue atento aos movimentos dos grandes produtores e à demanda global.