Publicado em: 29/09/2022 às 10:50hs
A queda nos preços de Nova York deve frear os vendedores a apenas trabalhar conforme necessidades. Porém, o dólar abriu o dia em boa alta, o que pode contribuir na sustentação das cotações em reais.
Na quarta-feira (28), o mercado brasileiro de café teve um dia de preços firmes, mas com dificuldades para um melhor direcionamento diante da volatilidade na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). As perdas na parte da manhã sinalizaram para a possibilidade de baixa. Mas, NY logo se firmou e o comprador teve de elevar suas bases para fechar negócios. A comercialização foi regionalizada.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação ficou em R$ 1.310,00 (compra) a R$ 1.340,00 (venda), contra R$ 1.300,00 (compra) a R$ 1.330,00 (venda) do dia anterior. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 1.320,00/1.360,00 a saca, no comparativo com R$ 1.310,00/1.350,00 de ontem.
Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 1.090,00/1.110,00, sem mudanças. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 740,00/750,00 a saca, no comparativo com R$ 745,00/755,00 do dia anterior.
O calor intenso nos últimos meses, sobretudo, desde março, com falta de chuvas, foi fator preponderante para que a safra de café fosse reavaliada no Sudeste do Brasil. As altas temperaturas aliadas, principalmente, à redução no volume de chuvas durante o outono-inverno estiveram no centro dos debates do 4º Fórum Café e Clima, que a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé) realizou nesta terça-feira (27). As informações partem da assessoria de comunicação da Cooxupé.
Para o coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos, a estiagem começou mais cedo, a partir de março, e se estendeu até meados de setembro, tendo sido acompanhada, ainda, de muito calor.
“O inverno foi muito quente, sendo que, em julho, algumas cidades da área de atuação da Cooxupé registraram temperaturas máximas próximas a 40 graus”, afirma.
Antes disso, as chuvas excessivas em outubro de 2021 e janeiro de 2022 acompanhadas de longo período de tempo nublado (baixa radiação solar) acabou por influenciar no pegamento da florada e no peso do fruto (granação). “Tivemos um outubro chuvoso e com baixa radiação solar. Em janeiro isso também ocorreu, o que impactou no pegamento e, consequentemente, no peso e na produtividade do café”, reforça Santos.
Avaliações como essa, igualmente, se sustentam porque a Cooxupé investe rotineiramente em tecnologia. Até o final do ano a cooperativa instalará mais 60 estações meteorológicas dentro da sua região de atuação, chegando ao total de 77. E, para 2023, já está prevista a instalação de mais 30.
A cooperativa também conta com 350 pluviômetros instalados nas propriedades dos cooperados. Toda esta rede meteorológica tem por objetivo conhecer, detalhadamente, o volume e a forma com que as chuvas se distribuem dentro da sua área de cobertura.
Do ponto de vista da fisiologia, o intenso déficit hídrico observado de março a setembro de 2022 e a baixa radiação solar em outubro de 2021 e janeiro 2022 foram alguns dos temas abordados pelo professor Cláudio Pagotto Ronchi.
“As baixas temperaturas de julho de 2021 e chuvas excessivas de outubro, acompanhadas de baixa radiação solar podem ter influenciado na diferenciação floral e no pegamento das flores”, explica o professor. Ele também comentou sobre o impacto das condições meteorológicas desfavoráveis sobre o desenvolvimento do cafeeiro e sobre o rendimento
Fonte: Agência SAFRAS
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