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Mancha aureolada do cafeeiro

Alguns meses atrás, em nossa região foi constatado um ataque severo de uma doença do cafeeiro ainda pouco conhecida. Essa doença é a Mancha aureolada ou bacteriose


Publicado em: 23/04/2012 às 13:10hs

Mancha aureolada do cafeeiro

Ao contrário das outras doenças, esta é causada por uma bactéria (Pseudômonas syringae pv. Garcae), e que vem tomando importância devida a sua rápida disseminação.

Nos últimos dois anos essa doença foi diagnosticada em lavouras de nossa região, com maior proporção na safra de 2011/12.

As condições ideais para o desenvolvimento da mancha aureolada são umidades elevadas e temperaturas amenas entre 18-22-23°C. Lavouras situadas em locais de elevada altitude devem ser monitoradas com maior rigor, justamente por estarem sujeitas a mais vento e orvalho.

Ao contrário de que muitos pensam a doença não ocorre somente no período chuvoso, uma vez que a bactéria fica em estágio “latente” de desenvolvimento, sendo necessário seu monitoramento durante o ano todo.

Os danos causados pela mancha aureolada vão de severa desfolha, a queda prematura de botões florais e frutos, até a seca de ramos e a lavoura for nova ou recém plantada, ocasiona a morte das plantas.

A MELHOR FORMA DE CONTROLE DA DOENÇA É A PREVENSÃO:

Para a implantação de lavouras se faz necessário o uso de mudas sadias e sem sintomas de ataque da doença. O produtor deverá fazer uma rigorosa seleção das mudas no momento do plantio, principalmente em locais sujeitos aos ventos frios. Alguns estudos vêm mostrando que cultivares como o Bourbon Vermelho e Amarelo são altamente suscetíveis ao ataque; o Mundo Novo também é suscetível e Catuaís e Obatã apresentam menos riscos, além do Icatú que apresenta resistência parcial, com diferenças entre cultivares.

O manejo da doença baseia-se em EVITAR que a bactéria penetre na planta, pois uma vez dentro da mesma não é possível se controlar. Uma lavoura bem nutrida tem uma melhor convivência com a doença, sendo importante evitar a deficiência ou o excesso de Nitrogênio. O uso de “quebra ventos”, também ajuda muito na sua prevenção. Para lavouras pequenas recomenda-se a poda e retirada de material doente (ramos secos), não sendo recomendada esta prática em lavouras maiores devido ao alto custo.

Já o controle químico se baseia na aplicação de cobre (Hidróxido de cobre, Oxicloreto de cobre ou Hidróxido de cobre com Mancozeb.), e ainda produtos a base de Kasugamicina. Lembrando sempre que o uso de cúpricos deverá ser feito de forma preventiva, ou seja, antes da penetração da bactéria na planta.

Aproximando-se o período da colheita, importante se faz lembrar o uso de cobre em pré e pós-colheita, uma vez que a planta sofre ferimentos com o processo, sendo porta de entrada para a doença.

Para maiores informações e esclarecimentos procure o Engenheiro Agrônomo da CAPEBE. Estamos sempre prontos para atender nossos cooperados da melhor forma possível.

Marcelo Vieira, Engenheiro Agrônomo da CAPEBE - Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança

Fonte: CAPEBE - Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança

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