Adotando técnicas e aparelhos de baixo custo, muitos dos quais podem até ser produzidos pelo próprio agricultor, é possível aplicar no campo sequências produtivas que resultem em uma produção de café com qualidade para a cafeicultura familiar, segmento que ainda enfrenta dificuldades no que diz respeito ao acesso ao crédito para implantação de uma infraestrutura mínima, técnicas e insumos modernos.

Para falar sobre a infraestrutura mínima para a produção de café de qualidade, o Prosa Rural desta semana convidou o pesquisador da Embrapa Café (Brasília/DF), Sammy Fernandes. Ele traz dicas importantes sobre uma tecnologia de baixo custo chamada Sistema para Limpeza de Águas Residuárias, o Slar. Quem também participa do Prosa Rural é o pesquisador da Universidade Federal de Viçosa, professor Juarez Sousa e Silva.

É durante a colheita que a cafeicultura familiar pode fazer a maior diferença na produção de qualidade. O café é um dos poucos produtos cujo valor cresce com o nível de qualidade, quanto melhores a aparência, a sanidade e a qualidade da bebida, maiores são os preços pagos pelo produto. As tecnologias apresentadas no livro“Infraestrutura mínima para produção de café com qualidade – opção para cafeicultura familiar”, produzido com recursos do Consórcio Pesquisa Café, integram várias etapas que vão da colheita, passando pelo processamento (lavagem e secagem), beneficiamento até o armazenamento.

Em cada uma delas, é previsto a adoção de técnicas ou instrumentos não industrializados que contribuem para a obtenção de produtividade e qualidades diferentes, ressaltando a necessidade de infraestrutura, melhor tecnologia e, principalmente, treinamento para uso mais adequado dos recursos, tanto técnicos quanto financeiros, e gerenciamento mais eficiente da propriedade.

Entre as tecnologias que podem ser adotadas no processo de produção destaca-se o Sistema de Limpeza de Águas Residuárias (Slar), elaborado por meio de um projeto do Consórcio Pesquisa Café, do qual a Embrapa Café coordena a execução do Programa de Pesquisa, também com foco em um produto de baixo custo e fácil construção para o pequeno produtor.

O Slar pode ser adotado na fase do processamento dos frutos do cafeeiro, permitindo que a grande quantidade de água produzida no processo seja reutilizada. Todas as etapas citadas acabam por envolver também ações de transferência de tecnologia. Com programas de transferência e difusão de tecnologias e com a infraestrutura mínima para a produção, a cafeicultura familiar pode ser responsável por maior distribuição de renda, geração de emprego e manutenção do homem no campo.

Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural desta semana, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Ouça a matéria.