Publicado em: 16/09/2013 às 15:40hs
Com o intuito de diferenciar e valorizar o produto final, 25 municípios da Serra da Mantiqueira no Sul de Minas Gerais estão prestes a conseguir junto ao Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), ligado ao governo federal, o registro de Indicação Geográfica na modalidade Denominação de Origem. Esse certificado permite a distinção do café de outros de mesma categoria e pode aumentar o valor do produto de 15% a 20%
A Serra da Mantiqueira, na região onde se produz café, está a uma altitude de 900 a 1.400 metros, possui topografia e clima bastante particulares. A microrregião reúne cerca de 8 mil cafeicultores, sendo 82% agricultores familiares (de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais - Emater-MG), que produzem anualmente cerca de 1 milhão de sacas e geram aproximadamente 150 mil empregos diretos e indiretos (segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – Sebrae-MG). “Além disso, o café produzido nesse local é classificado como especial, com base nos critérios definidos pela Specially Coffee Association of America - SCAA”, destaca Margarete Volpato, pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Desde 2006, Volpato e Tatiana Grossi, pesquisadoras do Laboratório GeoSolos da Epamig e a pesquisadora da Embrapa Café Helena Maria Ramos Alves realizam na região estudos que atestam peculiaridades do produto. A obtenção da Denominação de Origem depende de comprovação técnico-científica, por isso a importância da parceria do GeoSolos/ Epamig com a associação dos produtores de café.
Tatiana Grossi explica que o estudo funciona como um documento para que os produtores de café da região solicitem a certificação. “Elaboramos o diagnóstico do meio físico - mapeamento das áreas cafeeiras, relevo e clima da região - e os Mapas de Uso e Ocupação da Terra para a região da Indicação Geográfica e quantificamos as áreas de café por município. Os estudos para a solicitação da DO estão em fase final e serão submetidos ao INPI pela associação de produtores”, explica.
Segundo o chefe da Divisão de Propriedade Intelectual da Epamig, Marcelo Alves, a Indicação Geográfica faz com que o produto ganhe aspectos de singularidade. “Existem vários espumantes produzidos no mundo, mas apenas o de uma determinada região da França recebe o nome de Champagne. É o mesmo que ocorre com os queijos Serro e Canastra. Há uma identificação territorial, uma rastreabilidade, que permite atestar a qualidade e assegurar maior valor de mercado ao produto”, afirma.
Pesquisadores e representantes da Associação de Produtores de Café da Mantiqueira (Aprocam) e da Cooperativa Regional do Vale do Rio Verde (Cocarive) estimam que a Indicação Geográfica, vai dar visibilidade ao café da região e estimular as vendas inclusive para o exterior.
Fonte: Agência Minas
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