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Hedgepoint revisa para baixo estimativa da safra de café do Brasil em 2025/26

Queda na produção de arábica impacta projeção total, enquanto canéforas seguem em alta


Publicado em: 10/02/2025 às 19:20hs

Hedgepoint revisa para baixo estimativa da safra de café do Brasil em 2025/26

A produção total de café do Brasil na safra 2025/26, que será colhida ao longo deste ano, foi revisada para 64,1 milhões de sacas de 60 kg, uma redução de 1,7% em relação à previsão anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Hedgepoint Global Markets.

A revisão para baixo reflete uma menor projeção para a safra de café arábica, apesar da estimativa mais elevada para a produção de canéforas (conilon e robusta). Esse cenário tem impulsionado os preços do café arábica, que registravam alta de cerca de 4% na Bolsa ICE na tarde desta segunda-feira, alcançando mais de 4 dólares por libra-peso.

A Hedgepoint agora projeta a safra de café arábica em 41,1 milhões de sacas, abaixo das 42,6 milhões estimadas anteriormente. O volume representa uma queda de 4,9% em relação à safra anterior. Segundo Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, a redução é atribuída às chuvas abaixo da média no Sul de Minas, Zona da Mata e São Paulo, além do aumento nas podas realizadas pelos produtores para priorizar a safra 2026/27.

A menor oferta deve impactar as exportações brasileiras, que tendem a recuar em relação aos níveis recordes de 2024/25. A projeção da Hedgepoint é que os embarques de café arábica somem 35,7 milhões de sacas, queda de 3,6% em comparação com a temporada anterior. Em contrapartida, as exportações de canéforas devem atingir 11,9 milhões de sacas, um crescimento de 4,2%.

"Os estoques também podem iniciar o novo ciclo em patamares baixos, limitando novas vendas", alertou Laleska Moda. No mercado interno, os torrefadores podem aumentar a presença de conilon nos blends, dado o preço mais elevado do arábica.

Produção de canéforas em crescimento

A safra de café canéfora no Brasil foi revisada para 23 milhões de sacas, acima da previsão anterior de 22,6 milhões, representando um crescimento de 14,3% em relação à temporada passada.

"As perspectivas para o conilon são positivas, impulsionadas por condições climáticas favoráveis no Espírito Santo, Bahia e Rondônia, além dos investimentos dos produtores", destacou a Hedgepoint.

Apesar desse crescimento, os estoques de passagem podem iniciar o novo ciclo em patamares historicamente baixos. Com a menor produção em outros países, como o Vietnã, as exportações brasileiras de conilon devem aumentar. No entanto, a disponibilidade limitada pode restringir os embarques.

"No mercado interno, a diferença de preços entre arábica e conilon deve estimular um maior consumo da variedade", concluiu Laleska Moda.

Fonte: Portal do Agronegócio

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