Café

Gestão e comercialização, os principais desafios do cafeicultor

O objetivo do webinar Pros@ Técnica foi exatamente discutir os movimentos do mercado do café. Quais os impactos na vida do cafeicultor e dos técnicos e como eles estão se adaptando às transformações


Publicado em: 10/08/2020 às 11:20hs

Gestão e comercialização, os principais desafios do cafeicultor

O mercado do café no Brasil está em rápida transformação. Os preços mudam rápido, as tecnologias digitais estão cada vez mais relevantes e os cafeicultores precisam se ajustar aos novos tempos. “Não basta mais saber produzir bem. E isso os produtores brasileiros sabem. É preciso estar conectado com o mundo de uma maneira diferente e ágil”, destacou o engenheiro agrônomo Hélcio Lopes, mestre em extensão rural e diretor da L&M Consultores no webinar Pros@ Técnica Cafeicultura, promovido pelo Portal do Agronegócio.

“Nosso objetivo foi exatamente discutir os movimentos do mercado do café. Quais os impactos na vida do cafeicultor e dos técnicos e como eles estão se adaptando às transformações. Que não são poucas”, explica Fred Wakin, diretor do Portal do Agronegócio.

“É indiscutível que o cafeicultor brasileiro sabe produzir, mas ainda tem o que melhorar em termos de gestão e comercialização. Somente de 10% a 20% do preço do café ficam com o produtor. É muito pouco. Mas este é apenas um dos desafios. O cafeicultor precisa estar atento a todos os segmentos do seu negócio porque as mudanças são cada vezes mais rápidas”, completou o engenheiro agrônomo Julian Carvalho, mestre em sistemas de produção da Emater-MG.

A discussão faz sentido. Afinal, a cafeicultura é a sétima mais importante atividade agrícola brasileira, com Valor Básico de Produção de R$ 30 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com o Censo Agropecuário 2017, do IBGE, são 188.180 propriedades de café no país. Minas Gerais lidera, com mais de 55% da produção nacional, que em 2020/2021 deve atingir 68 milhões de sacas.

A boa notícia, disse Hélcio Lopes, é que o produtor está entendendo a nova regra do jogo e aprendendo rápido a se ajustar aos novos tempos. “Ele está mais atento do que nunca. Com acesso às novas tecnologias, questiona, opina, desafia os técnicos. Nesse sentido, o desafio é também dos profissionais de extensão, que precisam estar melhor preparados para atender às necessidades de um produtor muito mais exigente”.

Nessa mesma linha de raciocínio, os cafeicultores estão mais abertos à participação em projetos e entidades de classe. “A troca de ideias passou a ser uma ferramenta muito importante”, disse Julian Carvalho, da Emater-MG. “Um exemplo é o sucesso do projeto ‘Certifica Café Minas’, da Emater, canal de certificação, que envolve controles, processos e discussão sobre experiências. Nosso papel é oferecer mais informações para o produtor ser valorizado no mercado”.

Julian citou que há sinais de evolução, que precisam ser valorizados. “O Brasil sempre foi reconhecido como um grande produtor de café. Mais recentemente, está mostrando que tem quantidade e qualidade. Os cafeicultores precisam estar atentos e buscar o valor agregado do seu negócio”.

Hélcio Lopes lembrou que essa transformação ocorre em todos os sentidos e direções, inclusive dentro de casa. “De repente, os cafeicultores vêm que seus filhos têm outros planos. Por isso, é preciso mostrar que o negócio familiar pode ser uma alternativa não apenas de carreira, mas de sucesso e realização profissional”.

“Nosso papel como veículo de comunicação é motivar discussões importantes para as cadeias produtivas, como a cafeicultura. Obviamente que não pretendemos esgotar o tema, mas com webinar como esses esperamos despertar os produtores para o mercado em transformação”, diz Fred Wakin.

Para conferir webinar “Pros@ Técnica: Sustentabilidade e Competitividade na Produção de Café” acesse o canal do Portal do Agronegócio no Youtube.

Fonte: Texto Assessoria

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