Publicado em: 17/01/2025 às 16:00hs
O café, símbolo histórico e cultural do Brasil, continua a ser um dos pilares do agronegócio nacional, conforme destaca artigo da engenheira agrônoma Bruna Rohrig no Blog da Aegro. O Brasil segue como maior produtor e exportador mundial, mas enfrenta desafios relacionados ao manejo de doenças que ameaçam sua produtividade, com destaque para a fusariose. Essa doença, causada por fungos do gênero Fusarium, compromete a saúde dos cafeeiros, especialmente os mais antigos, podendo até levar à morte das plantas.
Conhecida popularmente como "amarelão do cafeeiro", a fusariose manifesta-se pelo amarelecimento progressivo das folhas, murcha, desfolha de cima para baixo e morte do topo da planta. Em casos graves, pode ocorrer a seca prematura dos frutos. O sintoma mais característico é a podridão seca no caule, provocada pelo bloqueio dos vasos condutores de seiva, o que impede o transporte adequado de nutrientes essenciais à planta.
A doença afeta principalmente cafezais com mais de 10 anos e se desenvolve em regiões com solos encharcados ou ácidos, condições que favorecem o crescimento do fungo. Práticas agrícolas comuns, como podas frequentes e a colheita mecânica, podem agravar o problema, pois facilitam a entrada do patógeno por meio de ferimentos nas plantas.
A fusariose é frequentemente associada a práticas de manejo inadequadas. Podas realizadas sem a devida desinfecção das ferramentas e a reutilização de materiais contaminados são fatores que favorecem a disseminação da doença. Além disso, áreas com histórico de alta mortalidade de plantas tornam-se focos para a infecção, perpetuando o ciclo da doença.
Com a falta de fungicidas registrados no Brasil para o controle direto da fusariose, os produtores são orientados a adotar práticas preventivas e culturais para o manejo da doença. As principais recomendações incluem:
Uso de variedades resistentes: Como o clone Conilon A1, que é adaptado para condições favoráveis à fusariose.
Em estágios iniciais da doença, o decote (corte do tronco abaixo da área afetada) pode ser uma medida eficaz para remover as partes comprometidas e prevenir a propagação.
Os cafezais, que podem produzir por até 25 anos, exigem manejo adequado para garantir sua longevidade e a sustentabilidade da produção. A fusariose, embora seja uma ameaça significativa, pode ser controlada por meio de ações preventivas e da conscientização dos produtores, ajudando a preservar uma das culturas mais emblemáticas do Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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