Café

Exportação de Café do Brasil: Queda no Volume, mas Recorde em Receita no Mês de Fevereiro

Desempenho de fevereiro reflete os preços elevados no mercado global e destaca novos desafios para o setor


Publicado em: 13/03/2025 às 19:20hs

Exportação de Café do Brasil: Queda no Volume, mas Recorde em Receita no Mês de Fevereiro
Foto: Diego Vargas

De acordo com o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil exportou 3,274 milhões de sacas de café (60 kg) no mês de fevereiro de 2025. Esse volume representa uma queda de 10,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, a receita proveniente dessas exportações atingiu US$ 1,190 bilhão, um recorde para meses de fevereiro, o que reflete os preços elevados no mercado global.

Com os resultados de fevereiro, o volume acumulado de embarques de café do Brasil alcançou 33,452 milhões de sacas nos primeiros oito meses da safra 2024/25, com uma receita de US$ 9,723 bilhões. Esses números são históricos e indicam um crescimento de 8,8% em volume e 59,8% em receita cambial em relação ao mesmo período da safra anterior, de julho de 2023 a fevereiro de 2024.

Desempenho no Ano Civil

No primeiro bimestre de 2025, o Brasil embarcou 7,278 milhões de sacas de café, o que representa uma queda de 5,4% em relação aos 7,694 milhões registrados no mesmo período de 2024. Apesar do declínio no volume, a receita teve um aumento expressivo de 58,4%, alcançando US$ 2,516 bilhões, frente aos US$ 1,588 bilhão no início de 2024.

Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, afirmou que, embora as bolsas internacionais tenham registrado uma queda em relação às máximas anteriores, os preços atuais e as cotações médias dos últimos meses ainda são consideravelmente mais altos do que no mesmo período de 2024, o que explica os recordes em receita. Ele também destacou que o Brasil está em um período de entressafra, o que torna os cafés conilon e robusta menos competitivos no mercado global, especialmente em relação ao Vietnã, cujos preços são mais atraentes.

Desafios e Expectativas

Ferreira ainda alertou para a possibilidade de uma redução no consumo global de café devido à defasagem nos preços repassados pelas indústrias e supermercados. Essa discrepância pode impactar a inflação nos países consumidores, o que pode resultar em uma queda no consumo de café. Além disso, ele mencionou o impacto do aperto nas linhas de crédito, o que tem dificultado o fluxo comercial.

O presidente do Cecafé também projetou que a safra 2025/26 será menor para o café arábica, mas maior para o conilon. Mesmo com essa expectativa de volumes menores, o Brasil continuará sendo o maior produtor e exportador global de café, mantendo sua participação histórica no mercado.

Principais Destinos e Tipos de Café

Os Estados Unidos lideraram as importações de café brasileiro no primeiro bimestre de 2025, adquirindo 1,206 milhão de sacas, embora tenha havido uma queda de 12,3% em relação ao ano anterior. A Alemanha, em segundo lugar, comprou 878.350 sacas, uma queda de 29,4%, enquanto a Itália e o Japão aumentaram suas importações. O Vietnã e a Indonésia, embora apresentem preços mais competitivos, também aumentaram suas importações do Brasil, especialmente de cafés robusta e conilon.

No primeiro bimestre, o café arábica representou 83,4% das exportações totais, com 6,069 milhões de sacas exportadas, seguido pelo café solúvel com um aumento de 16,5% nas exportações.

Cafés Diferenciados e Porto de Santos

Os cafés diferenciados, como os de qualidade superior e com certificação de práticas sustentáveis, representaram 24,8% das exportações totais do Brasil, com um volume de 1,801 milhão de sacas, um aumento de 14,7% em relação ao ano anterior. Os Estados Unidos também foram o principal destino para esses cafés, com 351.205 sacas adquiridas.

O Porto de Santos permaneceu como o maior ponto de exportação de café do Brasil, respondendo por 77,5% das exportações do primeiro bimestre de 2025.

O relatório completo das exportações de café do Brasil está disponível no site do Cecafé.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias