Publicado em: 20/02/2025 às 11:40hs
A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, projeta receber 5,6 milhões de sacas de 60 kg de café em 2025, considerando tanto os cooperados quanto produtores terceiros. O volume representa uma queda de quase 10% em relação a 2024, reflexo das condições climáticas adversas enfrentadas no ano passado, que limitaram o potencial produtivo das lavouras.
Em entrevista à Reuters, em Guaxupé (MG), onde está localizada a sede da cooperativa, o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirmou que os cooperados deverão entregar cerca de 4,5 milhões de sacas, volume 400 mil sacas inferior ao registrado no ano passado.
"Por conta do clima, teremos uma redução nos recebimentos. Os tratos culturais foram mantidos ou até ampliados em relação a anos anteriores, os produtores adquiriram mais insumos devido à boa relação de preços do café, e mesmo assim a safra será menor", explicou Melo.
Caso essa projeção inicial se confirme, o cenário pode reforçar a valorização do café arábica, cujos preços seguem próximos de patamares históricos, acima de US$ 4 por libra-peso. A quebra de safra no Brasil tem sido um dos principais fatores de sustentação do mercado.
No entanto, Melo ponderou que as condições climáticas melhoraram desde novembro, o que pode levar a ajustes positivos nas previsões futuras. "Estamos projetando 5,6 milhões de sacas, mas essa é apenas a primeira estimativa. Com certeza esse número deve subir um pouco", destacou o presidente da cooperativa, especializada na comercialização de café arábica de alta qualidade.
A projeção atual da Cooxupé também indica a recepção de aproximadamente 1,1 milhão de sacas de produtores terceiros, volume estável em relação a 2024.
A Cooxupé, que também se destaca como a maior exportadora de café do país, prevê embarcar 6 milhões de sacas em 2025, volume 600 mil sacas inferior ao registrado no ano anterior. Os embarques atenderão tanto o mercado externo quanto o interno e contarão com estoques remanescentes de 2024.
Especificamente para exportação, a cooperativa estima o envio de 4,9 milhões de sacas no próximo ano, praticamente estável em relação aos 5 milhões exportados em 2024. Já para o mercado interno, a projeção é de 1,1 milhão de sacas, uma redução significativa frente às 1,6 milhão de sacas comercializadas no ano passado.
"Os embarques de 2024, apesar dos desafios, foram bem-sucedidos. Nossa meta era de 6,7 milhões de sacas e alcançamos 6,6 milhões", ressaltou Melo, destacando que a safra do ano passado também ficou abaixo das expectativas iniciais.
Novas projeções sobre recebimentos e embarques para 2025 deverão ser divulgadas pela cooperativa até o final de fevereiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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