O responsável, que falava em conferência de imprensa, disse que o sector controla 5.000 fazendas de explorações agrícolas familiares, com um total de 7.500 hectares, estando ainda registados 14 associações de camponeses com 280 associados.

O município de Buco Zau e a comuna do Tando Zinze (município de Cabinda) foram as regiões que mais produziram durante o período em balanço.

Segundo o secretário Provincial da Agricultura, o governo da província de Cabinda pondera reaver, a qualquer momento, os contratos de redimensionamento das fazendas de café abandonadas pelos seus donos e abrir novos concursos públicos a favor de outros agentes com capacidade financeira, organizativa e de gestão para a sua exploração.

Lamentou que "em muitos casos o redimensionamento das fazendas de café, em Cabinda, não trouxe mais-valia para a província, trouxe sim, desgaste, prejuízos e abandono das mesmas".

Vinte e quatro fazendas de média e grande dimensão encontram-se abandonadas nos quatro municípios da província, cujos proprietários não têm capacidade financeira nem administrativa para as recuperar.

Para o responsável, poucas fazendas estão operacionais, mesmo as pequenas fazendas individuais. As maiores adquiridas no âmbito do processo de redimensionamento do sector empresarial do Estado encontram-se praticamente abandonadas.

Face a esta realidade, João Tati Luemba disse  que estão em curso negociações com os donos das fazendas, que há mais de quinze anos não deram mostras de trabalho, devendo o Estado reassumir as suas responsabilidades com vista a se inverter o actual quadro.

“Cabinda carece de empresários agrícolas que possam dedicar-se na compra e comercialização do café. Os esforços, até agora empreendidos, resultaram na compra de 35 mil toneladas de café comercial com vista a encorajar os produtores a não desistirem da actividade cafeícola", disse.

Tati Luemba defendeu, no entanto, a necessidade de se trabalhar no sentido da renovação das plantas. Anunciou a existência de um grande projecto de produção de plantas melhoradas de café.

Para o presente ano agrícola está prevista a produção de 400 mil plantas a serem distribuídas aos cafeicultores, frisou.

Referiu que a fraca produtividade de cafél, que se regista nos últimos anos, não se deve só ao abandono das fazendas mas também e, sobretudo, à velhice dos cafezais cuja plantação data de mais de 50 anos.

Por esta razão, os cafezais já são pouco produtivos, carecendo de reabilitação com introdução de novas plantas, de preferência de variedades melhoradas de café, consoante o clima e as doenças características da região.

Para o efeito, disse o responsável, a brigada de café do município de Buco Zau recebeu apoio do governo provincial em meios financeiros e técnicos, a fim de começar a produzir novas plantas a serem distribuídas às comunidades rurais.

O secretário Provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas apelou, também, à sensibilidade dos bancos comerciais a flexibilizarem o processo de cedência de créditos aos cafeicultores, conforme sublinhou o governador provincial, Mawete João Baptista, num encontro com a classe empresarial e representantes da banca na província.

O responsável disse acreditar no relançamento do sector cafeícola na província, a julgar pelo envolvimento do governo e do próprio governador, em termos de apoios psicológico, financeiro e institucional.