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Clima favorece colheita de arábica em agosto, mas qualidade preocupa

Com o clima mais seco desde o final de julho, cafeicultores aproveitaram para intensificar a colheita da safra 2012/13 do café arábica em agosto ? chuvas entre junho e o início de julho atrasaram os trabalhos de campo


Publicado em: 13/09/2012 às 09:30hs

Clima favorece colheita de arábica em agosto, mas qualidade preocupa

Nesse cenário, o volume de café colhido aumentou ao longo do mês e pressionou as cotações externas e internas da variedade. Em julho, agentes estavam preocupados com a umidade dos grãos, que poderia comprometer a qualidade da safra nova, cenário que impulsionou as cotações no período.

Apesar de se falar em volume recorde de produção nacional, a qualidade de parte da safra foi comprometida, devido às chuvas. Agentes comentaram que um volume acima do normal deve ser de grão de qualidade inferior, já que em praticamente todas as regiões produtoras foi significativo o volume de café que perdeu bebida por conta da umidade ou que caiu no chão. Por outro lado, esse cenário gera expectativas de que os grãos de melhor qualidade sejam valorizados no correr da temporada.

No Cerrado mineiro, agentes colaboradores do Cepea estimaram no final de agosto que cerca de 70% da safra tinha sido colhida. Boa parte do volume restante é de cafés que deverão ser recolhidos do chão ao longo de setembro. As estimativas apontam que até 50% da safra pode ter a qualidade comprometida, sendo boa parte deste percentual composto por cafés de varrição. Nas regiões de Mogiana paulista e Sul de Minas Gerais, até o final de agosto cerca de 70% a 80% da safra tinha sido colhida em ambas regiões. Essas lavouras também foram prejudicadas pelas chuvas – segundo agentes, entre 30% e 40% dos grãos podem apresentar menor qualidade. Na praça de Garça (SP), agentes acreditam que cerca de 70% dos grãos já tinham sido colhidos até o final de agosto, sendo que uma boa parte do café também será de qualidade inferior. Na Zona da Mata mineira, os comentários eram de que 85% da safra tinha sido colhida. A região também foi bastante afetada pelas chuvas e pela alta umidade – as estimativas são de que apenas 30% do café seja de bebida dura para melhor, sendo que, na safra passada (2011/12), esse percentual foi de cerca de 70. No Noroeste do Paraná, as estimativas indicavam que cerca de 90% dos grãos tinham sido colhidos até o final do mês, sendo que uma parte do café também deve ser de qualidade inferior.

Queda externa pressiona Indicador em agosto


Em agosto, as cotações internacionais do arábica recuaram com força, pressionados principalmente pelo clima favorável ao avanço da colheita nas principais regiões produtoras do País. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os vencimentos em agosto foi de 168,82 centavos de dólar por libra-peso, queda de 7,5% em relação à de julho. No Brasil, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 378,48/saca de 60 kg em agosto, 7,3% menor que a de julho. A moeda norte-americana teve média de R$ 2,027 em agosto, ligeiro aumento de 0,6% frente a julho.