Publicado em: 06/06/2013 às 10:20hs
Uma estimativa apurada pelo repórter Gustavo Machado, divulgada pelo jornal “Brasil Econômico”, revela que as perdas podem chegar a R$ 130 a saca, dependendo da região de produção, apesar da fixação do preço mínimo de R$ 307,00 a saca de café.
Somente em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, caso toda a produção do grão arábica deste ano fosse vendida pelo preço sugerido pelo governo federal, o prejuízo somaria R$ 1,5 bilhão. Com isso, especialistas do setor sugerem que a expectativa de um crescimento excepcional da produção em 2013 não deve mais se concretizar. No total, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) espera uma safra de 36,2 milhões de sacas de arábica e de 12,3 milhões de sacas de robusta.
"A lei da oferta e da procura é terrível", diz Nathan Herzskowicz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Para ele, há um descasamento entre a oferta do grão arábica — o de maior qualidade — e o efetivo consumo, o que está deprimindo o preço do café no mercado internacional. "As cotações voltaram para o patamar de cinco anos atrás. Enquanto deveríamos estar comemorando uma redução de apenas 5% na produção este ano, estamos preocupados com as finanças dos produtores", afirma.
Como o Brasil responde por 33% da exportação mundial de café, uma "supersafra" influencia negativamente os preços. "A expectativa no mundo é de que sobrará café. Em 2011, a demanda estava maior e os preços explodiram. Agora, em 2013, está acontecendo o contrário", argumenta Herzskowicz.
O presidente da Abic teme que os produtores reduzam os investimentos na próxima safra, de alta bienalidade. "Toda vez que o preço cai, produtores reduzem seus custos com fertilização, maquinário, entre outras coisas. No final do processo, a produtividade cai e os preços se reequilibram", afirma. "Não dá para prever se cairá a produção, mas não será tão grande quanto imaginávamos", conclui Herszkowicz.
Fonte: Agência Estado
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