Publicado em: 16/01/2025 às 10:40hs
O Brasil encerrou 2024 com um recorde histórico nas exportações de café, atingindo 50,4 milhões de sacas enviadas a 116 países. O desempenho foi puxado por avanços expressivos nas variedades arábica e canéfora. Segundo o relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o volume representou um crescimento de 28,5% em relação a 2023 e superou o recorde anterior, registrado em 2020, com alta de 12,8%.
A variedade arábica liderou as exportações com o envio de 36,9 milhões de sacas, representando 73,2% do total e um crescimento de 19,8% em relação a 2023. Já o café canéfora (robusta + conilon) destacou-se pelo maior avanço percentual, com alta de 97,9%, alcançando 9,3 milhões de sacas e representatividade de 18,5% no total.
O segmento de café solúvel registrou o segundo melhor desempenho de sua história, com 4,09 milhões de sacas exportadas, um aumento de 13% no volume. Já o café torrado e moído, embora com menor representatividade, contribuiu com 48,6 mil sacas.
As exportações renderam ao Brasil US$ 12,5 bilhões, o maior valor já registrado, com crescimento de 55,4% em relação a 2023. Esse desempenho reflete a elevação dos preços no mercado global devido à oferta limitada de grandes produtores como Vietnã e Indonésia, impactados por adversidades climáticas.
"O Brasil conseguiu preencher lacunas deixadas por concorrentes e atender à crescente demanda global, mesmo com uma safra abaixo do potencial", destacou Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.
Os Estados Unidos lideraram as importações, com 8,1 milhões de sacas adquiridas, seguidos pela Alemanha, Bélgica, Itália e Japão. Entre os continentes, a Europa foi o principal destino, responsável por 52,6% das exportações brasileiras, seguida pela América do Norte (21,2%) e Ásia (19,4%).
Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou certificação sustentável, também se destacaram, respondendo por 18,1% das exportações totais. Os Estados Unidos lideraram as compras deste segmento, seguidos por Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Itália.
Apesar dos resultados recordes, a logística foi um desafio em 2024. Atrasos em portos e mudanças de escala de navios geraram custos extras, somando prejuízos de R$ 42,3 milhões entre janeiro e novembro. O Porto de Santos manteve-se como o principal ponto de escoamento, com 68% das exportações totais.
As exportações de café no primeiro semestre da safra 2024/25 já acumulam resultados históricos, com 26 milhões de sacas enviadas e receita de US$ 7,1 bilhões, indicando um início promissor para o novo ciclo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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