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Brasil realiza os primeiros cursos de avaliação de café baseados no 'Coffee Value Assessment'

Novo protocolo da SCA destaca preferências do consumidor e amplia critérios de avaliação no setor de cafés especiais


Publicado em: 07/10/2024 às 13:00hs

Brasil realiza os primeiros cursos de avaliação de café baseados no 'Coffee Value Assessment'

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Specialty Coffee Association (SCA), realizou, entre os dias 10 e 13 de setembro, no LuccaLab, em Curitiba (PR), os primeiros cursos de formação no Brasil sobre o Coffee Value Assessment (CVA). Este sistema de avaliação de café, lançado recentemente pela SCA, vai além dos métodos tradicionais, incorporando novos critérios como sustentabilidade na produção e análise extrínseca, atendendo às expectativas de consumidores e importadores.

De acordo com Luiz Roberto Saldanha, conselheiro da BSCA e da SCA, o CVA representa uma nova abordagem na avaliação do café, integrando diferentes dimensões. "O sistema traz inovações ao dividir as avaliações em etapas descritivas e afetivas, evitando o viés cognitivo que ocorre quando ambas são realizadas simultaneamente", explica Saldanha. A grande novidade, segundo ele, é a inclusão de atributos extrínsecos, como identidade geográfica, certificações e histórico dos produtores, que são fundamentais para atender às preferências do mercado consumidor.

Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA, ressaltou que o novo método foi desenvolvido para substituir o tradicional protocolo de cupping, oferecendo uma avaliação mais inclusiva e adaptável aos diferentes contextos de consumo. "O CVA abrange quatro tipos de avaliação: física, descritiva, afetiva e extrínseca, proporcionando uma análise mais completa dos atributos dos cafés", destaca Estrela.

Os primeiros cursos no Brasil reuniram baristas, torrefadores, produtores, degustadores e exportadores, que tiveram uma imersão no novo sistema. Para Saldanha, a adoção do CVA no país fortalecerá a comunicação dos atributos dos cafés brasileiros, tanto no mercado interno quanto no externo. O LuccaLab, principal escola da SCA na América do Sul, foi o anfitrião dos treinamentos e já se prepara para expandir o uso do CVA na região.

Georgia Franco de Souza, fundadora do Lucca Cafés Especiais, e sua filha, Carolina Franco de Souza, participaram dos cursos e acreditam que o CVA é um marco para o setor. "O protocolo é mais intuitivo, facilitando tanto o ensino quanto o aprendizado, sem perder os critérios técnicos de qualidade", afirma Georgia.

Os treinamentos foram conduzidos por Sylvia Gutierrez, renomada instrutora da SCA e coordenadora do Cup of Excellence. A metodologia do CVA está sendo adotada globalmente e promete transformar a forma como os cafés são avaliados e comercializados, aproximando produtores e consumidores.

Principais destaques do CVA:

  • Foco no consumidor: Conecta as preferências dos consumidores à avaliação sensorial do café, reconhecendo variações de gosto e contexto de consumo.
  • Abordagem abrangente: Valoriza diferentes aspectos do café, além dos atributos sensoriais.
  • Atributos ajustáveis: Permite maior flexibilidade na escolha dos critérios de avaliação, adaptando-se a diferentes mercados.
  • Análise de valor: Foca na percepção de valor do café, além de suas características sensoriais.
  • Diversidade de métodos: Avalia cafés preparados em diferentes métodos de extração, ampliando a abrangência da análise.
  • Transparência: Promove clareza em todas as etapas da avaliação, conectando produtores, compradores e consumidores.
  • Referências sensoriais locais: Utiliza paladares regionais como referência para facilitar o treinamento sensorial dos profissionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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