Biológicos e Bioinsumos

Uso de bioinsumos alcança 31% da área cultivada no brasil e tende a crescer ainda mais

Levantamento revela que 60% das propriedades rurais do país já utilizam produtos biológicos, com projeção de expansão para bioherbicidas e biofungicidas


Publicado em: 29/04/2024 às 09:30hs

Uso de bioinsumos alcança 31% da área cultivada no brasil e tende a crescer ainda mais

A adoção de bioinsumos na agricultura brasileira atingiu um marco significativo, com 31% da área cultivada já utilizando essas soluções biológicas. Segundo um estudo da Kynetec, empresa especializada em análises e insights agrícolas, 60% das propriedades rurais no Brasil empregam algum tipo de biológico, com destaque para os mitigadores de estresse hídrico, que funcionam como uma espécie de seguro contra períodos secos.

Os bioinsumos têm uma trajetória que remonta à década de 1970, mas foi nos últimos três anos que o setor experimentou um verdadeiro "boom". Especialistas preveem duas grandes ondas de crescimento nos próximos anos: uma para bioherbicidas e outra para biofungicidas contra a ferrugem asiática, uma ameaça comum no cultivo de soja.

Brasil como Referência em Bioinsumos

O Brasil, embora ainda seja um dos maiores importadores de defensivos e fertilizantes químicos, está rapidamente se tornando líder global na produção e adoção de bioinsumos. Há expectativas de que o país possa se tornar, ainda nesta década, o maior usuário de produtos biológicos em escala mundial.

Wladimir Chaga, presidente da BRANDT Brasil, uma empresa de inovação tecnológica em fisiologia, nutrição vegetal e tecnologia de aplicação, destacou que os agricultores estão cada vez mais interessados em soluções biológicas, ao mesmo tempo em que há um desenvolvimento constante de novas tecnologias. Ele acrescenta que "o crescimento anual do mercado de biológicos é de 40% a 50%, com projeções de movimentar até R$ 17 bilhões por ano até 2030".

Potencial de Crescimento e Cuidados

Eduardo Ivan, gerente de produtos da BRANDT Brasil, ressalta que a aceitação dos bioinsumos entre os agricultores tem aumentado ano após ano, resultando em uma maior taxa de adoção das tecnologias. Ele cita exemplos como a cultura da soja, onde o uso de inoculantes biológicos já atinge 85% de adoção, e o uso de bionematicidas, que foram adotados por 26% dos produtores na safra 2023/24.

Apesar desse crescimento, Chaga alerta para um desafio significativo no setor: a presença de empresas que vendem bioinsumos de baixa qualidade ou sem registro nos órgãos competentes. Isso pode prejudicar a reputação do setor e afetar negativamente as empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento. Chaga enfatiza a importância de um acompanhamento técnico adequado, especialmente no pós-venda, para garantir o uso eficaz e seguro dos produtos biológicos.

Os bioinsumos estão ganhando destaque em diversas culturas, como o milho, onde podem atuar na saúde do solo, com bactérias fixadoras de nitrogênio, solubilizadores de nutrientes e fungos micorriza, além de melhorar a resistência a estresses abióticos. Com isso, a expectativa é de maior rentabilidade e sustentabilidade para as próximas safras, beneficiando os agricultores brasileiros.

Fonte: Portal do Agronegócio

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