Publicado em: 01/11/2024 às 16:00hs
O manejo biológico vem ganhando destaque no agronegócio como uma alternativa segura e sustentável para o controle de pragas e doenças em lavouras. A técnica utiliza agentes biológicos — fungos, bactérias e vírus naturalmente presentes no meio ambiente — para manter o equilíbrio ecológico das plantações, dispensando a utilização de produtos químicos.
Ao substituir substâncias sintéticas, o manejo biológico evita resíduos nos alimentos e reduz a contaminação ambiental. “É uma alternativa mais segura, pois impede a seleção de pragas resistentes e promove uma agricultura sustentável”, afirma Jorge Ferreira, professor de Ciências Agrárias na Faculdade Una Jataí. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a prática reduz os custos de produção e estimula a biodiversidade do solo, fortalecendo o agroecossistema e incentivando a agricultura orgânica.
Apesar das vantagens, a adoção do manejo biológico exige planejamento e paciência, pois seus efeitos são percebidos a médio e longo prazo. Segundo o professor Ferreira, “a aplicação dos agentes biológicos deve seguir o mesmo calendário dos produtos químicos para manter o controle das pragas, porém sem mistura no mesmo tanque, o que poderia comprometer a eficiência de ambos”.
Dados da Embrapa revelam que o mercado brasileiro de biopesticidas teve um crescimento médio de 45% ao ano nos últimos cinco anos, comparado aos 6% do mercado de agrotóxicos. Em 2022, cerca de 70 milhões de hectares no país foram tratados com controle biológico, demonstrando a praticidade e o custo-benefício da prática.
Para produtores que desejam migrar do manejo químico para o biológico, a recomendação é que a substituição seja gradual. "A mudança precisa ser cuidadosa para evitar o aumento das populações de pragas e doenças nas lavouras", alerta Jorge. O ideal é contar com o apoio de profissionais especializados para assegurar uma transição segura e eficaz.
Com o expressivo crescimento do uso de bioprodutos, o manejo biológico se firma como uma alternativa viável para uma agricultura mais equilibrada, saudável e alinhada às crescentes demandas de sustentabilidade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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