Publicado em: 04/12/2024 às 16:30hs
A Índia deverá enfrentar um inverno mais quente do que o habitual, o que levanta preocupações sobre a produção de culturas essenciais como trigo e colza. De acordo com o Departamento Meteorológico da Índia, as temperaturas mínimas e máximas entre dezembro e fevereiro devem ficar acima da média, com uma redução no número de "dias de ondas de frio" previstos.
Culturas sazonais semeadas no inverno, como trigo, colza e grão-de-bico, são plantadas entre outubro e dezembro e necessitam de clima frio em seus estágios de crescimento e maturidade para alcançar rendimentos ideais. O aumento das temperaturas pode, portanto, prejudicar a produtividade dessas plantações.
A menor produção de trigo pode forçar a Índia, o segundo maior produtor mundial da commodity, após a China, a importar trigo para garantir que o abastecimento do alimento básico permaneça acessível para sua população de 1,4 bilhão de habitantes. Além disso, o país poderá aumentar as importações de leguminosas e óleos comestíveis.
Até o momento, o governo de Nova Déli tem resistido à pressão para importar trigo, apesar dos preços recordes, com o objetivo de evitar descontentamento entre os agricultores. Nos últimos anos, tem se tornado evidente que as variações de temperatura impactam diretamente a produtividade do trigo, superando a influência de outros fatores, como a irrigação e o manejo agrícola, de acordo com traders de Mumbai.
O clima anormalmente quente afetou a produção de trigo na Índia em 2022 e 2023, resultando em uma queda significativa nas reservas do grão. Recentemente, os preços do trigo atingiram um recorde de 32.000 rúpias por tonelada métrica em Nova Déli, superando os 25.000 rúpias registrados em abril e muito acima do preço mínimo de suporte de 22.750 rúpias fixado pelo governo para a safra da temporada anterior.
Como resposta à alta dos preços, o governo indiano planeja liberar 2,5 milhões de toneladas métricas de trigo de suas reservas estatais, a fim de aumentar a oferta para grandes consumidores, como moinhos de farinha e fabricantes de biscoitos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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