Publicado em: 10/04/2012 às 09:30hs
Com a perspectiva de apresentar e debater as novas regras de classificação do trigo brasileiro, em vigor desde o início de 2012, as práticas de manejo para incremento da produtividade e qualidade industrial do grão e a comercialização do trigo no Brasil com a nova padronização estipulada pelo Ministério da Agricultura, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pato Branco (AEAPB) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em parceria com a Coopertradição, promoveram, no dia 03 de abril, no Centro Regional de Eventos, em Pato Branco (PR), um workshop sobre a cultura do trigo.
Ascensão - O gerente de comercialização de grãos da Coopertradição, Alberto Santin (Lila), afirmou que a cultura do trigo, principalmente no sudoeste do Paraná, está em plena ascensão. “Eu vejo a cultura do trigo como uma solução e oportunidade de mercado. Se traçarmos um parâmetro das commodities, principalmente nessa época que é plantado o trigo no Paraná, temos que levar em conta o que acontecia alguns anos atrás. O norte do Paraná plantava muito trigo e, isso interferia no mercado do sudoeste, que colhia depois. Os trigos do norte e do oeste do Estado abasteciam os moinhos que voltavam as compras somente em março ou abril do ano seguinte, o que emperrava a comercialização da região sudoeste. Mas neste ano o Paraná terá uma redução de área plantada, área essa, basicamente no norte e oeste do Estado, portanto é a oportunidade do produtor e triticultor do sudoeste investir no plantio do trigo, visto que, terá mais demanda na comercialização”, destacou.
Liquidez - Lila apontou ainda que a Coopertradição tem proporcionado para os cooperados nas últimas safras liquidez e, com trabalhos diferenciados e parceiros importantes, oferece mecanismos e instrumentos importantes para a comercialização do trigo. “Nós procuramos canalizar o plantio do trigo em variedades que nas safras anteriores se deram melhor e possuíram um potencial de produtividade e de qualidade maior. A Coopertradição faz uma espécie de segregação da cultura. Nós acompanhamos o produtor do plantio até o armazém e até a indústria e isso faz com que seja um diferencial da cooperativa”, enfatizou Lila.
Temáticas - Entre as temáticas abordadas no workshop destacam-se: critérios para posicionar o manejo de doenças em trigo; manejo para qualidade industrial em trigo; o futuro da comercialização de trigo no Brasil com a nova padronização; sugestões de manejo geral de cultivares de trigo; manejo do trigo para alto potencial produtivo e a apresentação dos resultados de pesquisa com a cultura do trigo na região de Pato Branco.
Tendências de mercado - Entre os palestrantes esteve presente o diretor comercial da Bunge Alimentos, Claudemir Toschi, que apresentou as tendências de mercado para a safra 2012/2013. De acordo com Claudemir o mercado terá uma estabilidade de preço na próxima safra. “O Paraná deve estar com uma diminuição de 10 a 15% de área, porém teremos uma grande produtividade, e se o clima ajudar e o produtor optar por plantar tecnologia, teremos uma produção de qualidade. Tendo qualidade teremos liquidez”, salientou Claudemir.
Comercialização - Sobre as novas normativas de comercialização do trigo no Brasil, Claudemir comentou que as alterações maiores só mudam para o produtor que vai vender sua safra para o governo. “Na venda para o governo, o produtor tem que atingir os índices de padrão qualitativos. Para o mercado interno, não muda nada, o moinho vai comprar dependendo da sua necessidade”, ponderou.
Mecanismos - Lila também avaliou as mudanças com a nova padronização da cultura do trigo. “Basicamente mudou pouca coisa para a comercialização. As mudanças irão impactar somente se tivermos que utilizar os mecanismos que o governo disponibiliza – GE, PEP, PEPRO – ou seja, haverá uma exigência rigorosa na classificação do produto colhido pelo produtor e depositado na cooperativa. Temos que estar atentos com a padronização, pois às vezes o agricultor está colhendo um trigo achando ser melhorador e com as avaliações acaba dando doméstico ou para outros usos e isso faz com que haja uma diminuição dos preços e da qualidade”, completou.
Fonte: Imprensa Coopertradição
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