Aveia, Trigo e Cevada

TRIGO: Mercado é discutido em Brasília

Com a quebra de safra de trigo na Rússia, Ucrânia e Argentina, principais produtores do cereal do mundo, a triticultura brasileira vive um momento positivo


Publicado em: 11/12/2012 às 12:20hs

TRIGO: Mercado é discutido em Brasília

Hoje, a média de preços da tonelada do cereal classe pão/tipo 1, por exemplo, chega a R$ 700, cerca de R$ 200 a mais do que o valor atual estabelecido pelo preço mínimo. Porém, de acordo com Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o cenário é atípico, já que o mercado de trigo vem perdendo competitividade nos últimos anos, o que tem gerado uma preocupação por parte de todo setor produtivo.

Alternativas - Para buscar alternativas para solucionar os problemas vividos pelo segmento, Turra e o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, participaram na última quarta-feira (05/12) de um debate ocorrido em Brasília para discutir o tema. O encontro foi organizado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). Políticas de apoio à cadeia produtiva e a participação do Mercosul foram uns dos temas abordados durante o encontro. A audiência inteirou principalmente o ponto de vista do Ministério da Agricultura e também o das Relações Exteriores sobre o comércio entre Brasil e Argentina.

Subsídio - De acordo com Turra, um dos principais desestimuladores da triticultura brasileira é o subsídio oferecido pelo governo argentino às indústrias de farinha. Segundo dados colocados durante a reunião, a Argentina tem fixado alíquotas diferenciadas para o imposto de exportação, sendo mais elevada para o trigo (23%) e mais baixa para a farinha (13%). ''O governo brasileiro tem que buscar ampliar as negociações para neutralizar esses subsídios'', sublinha o dirigente. Além disso, Turra acrescenta que foi cobrado também uma política consolidada no fornecimento de crédito e incentivo à pesquisa para buscar variedades mais produtivas e de melhor qualidade. ''Precisamos ter um ganho em competitividade'', completa o especialista.

 Preço mínimo  - Com relação aos debates sobre o preço mínimo, Turra acrescenta que o ideal seria que o valor estabelecido fosse superior a R$ 550 a tonelada. Segundo o especialista, o valor mínimo deveria ter sido corrigido conforme os índices da inflação do período, como ocorreu com os valores dos adubos e fertilizantes. ''A reunião aconteceu para discutir e garantir os rendimentos futuros do setor'', observa. Turra completa que as reivindicações foram colocadas e uma possível resposta só poderá ser anunciada no final de fevereiro de 2013, quando se começa os preparativos para a safra de inverno.

 Safra  - De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná plantou na safra 2011/12, pouco mais de 774,2 mil hectares de trigo, 27% a menos do que se comparado ao ciclo anterior. O motivo dessa redução, segundo analistas, se deve ao aumento da área plantada do milho, motivada pelos bons preços da commodity que subiram depois de anunciada a quebra da safra americana. A produção neste ano foi de 2,11 milhões de toneladas, 14% inferior ao registrado na safra 2010/11. Para o próximo ano, ainda não foi realizado o levantamento de área e produção para o trigo, mas a estimativa é de aumento de área no Paraná.

Fonte: Folha de Londrina

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