Quem optou pelo cultivo do trigo, já está adquirindo os insumos (sementes, adubos e defensivos) para conduzir a lavoura. De acordo com os pesquisadores da Embrapa, a escolha de cultivares merece atenção especial em três aspectos agronômicos: “a cultivar precisa ser altamente produtiva, resistente a doenças e possuir grãos de qualidade para a indústria de alimentos (pães, massas, biscoitos, entre outros)”, defende o pesquisador Manoel Bassoi, da Embrapa Soja.

Além disso, o produtor deve procurar cultivares com ampla adaptabilidade ao clima e ao solo das regiões tritícolas paranaenses. “Grande parte dos solos agrícolas do Estado apresentam significativa acidez e expressivos teores de alumínio tóxico, o que prejudica o enraizamento da cultura com redução de produtividade”, explica Bassoi.

Segundo ele, a escolha de cultivares resistentes a doenças (manchas foliares, ferrugem da folha, brusone, giberela, entre outras) também é fundamental. “As cultivares resistentes a doenças reduzem a necessidade de aplicação de defensivos, o que significa menor custo de produção e menor impacto ambiental”, alerta.

Outra orientação da Embrapa para os produtores de trigo diz respeito ao zoneamento agrícola para época de semeadura. “De modo geral, os períodos de semeadura de trigo começam, a partir de março, para os municípios mais ao norte do Paraná e são estendidos até julho para as regiões mais ao sul do Estado”, diz o pesquisador.

Em 2011, o trigo ocupou uma área plantada de 2,1 milhões de hectares. A produção brasileira de trigo foi de 5,7 milhões de toneladas, mas o consumo interno foi de 10 milhões toneladas. “Mesmo assim, a área de trigo pode cair um pouco, em função do  avanço do milho safrinha”, analisa.

De qualquer forma, a Embrapa reforça a importância da manutenção da cultura de trigo, por ser aliado do sistema do plantio direto. “Em termos comparativos entre trigo e milho, a palhada do trigo confere maior proteção ao solo contra a erosão e à perda de água”, destaca o pesquisador José Salvador Foloni, da Embrapa Soja.

Além disso, segundo Foloni, a palhada do trigo melhora o manejo cultural das plantas daninhas com redução no uso de herbicidas.  Outro ponto positivo apontado por ele é o manejo da adubação do sistema trigo-soja. “Os resultados experimentais e práticos têm evidenciado que a adubação adequada com fósforo e potássio na cultura do trigo melhora a fertilidade do solo para a cultura da soja, com redução de custos”, defende Foloni.