Publicado em: 12/03/2025 às 10:30hs
Em sua primeira previsão para a safra 2025/26 de trigo no Brasil, a StoneX estima uma produção de 8,975 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 17,3% em comparação com a temporada anterior. No entanto, essa projeção ocorre em um cenário de redução na área plantada, motivada por uma série de fatores, incluindo preocupações climáticas, dificuldades no acesso a crédito e insatisfações relacionadas aos resultados das safras anteriores. Apesar dos incentivos de preços elevados, os produtores não foram suficientemente compensados em relação ao ano passado, o que levou à redução da área dedicada ao cultivo.
A redução da área plantada é esperada em cerca de 5%, com quedas significativas nas principais regiões produtoras, como o Rio Grande do Sul e o Paraná. Contudo, estados como Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás podem registrar crescimento na área cultivada, atenuando as perdas em outras regiões. Além disso, há expectativas de recuperação na produtividade, após um ciclo de quebras de safra causadas por seca prolongada, chuvas e geadas que afetaram o Sul do Brasil em 2024.
Se a estimativa de aumento na produção se confirmar, o Brasil deverá reduzir significativamente suas importações de trigo, que ficariam abaixo de 6 milhões de toneladas. No setor de moagem, o início do ano foi marcado por um ritmo mais lento de atividades, tendência que deve persistir no primeiro trimestre. Isso pode resultar em certa ociosidade na indústria, com uma demanda por trigo inferior à do ano passado, estimando-se uma queda de aproximadamente 1,5% nas compras internas.
Com relação às exportações, a expectativa de crescimento na produção nacional pode impulsionar as remessas brasileiras ao exterior. O Rio Grande do Sul, que teve suas atividades portuárias impactadas pelas enchentes de maio de 2024, está prestes a retomar suas operações, o que ampliará a capacidade exportadora do estado. No âmbito cambial, as projeções indicam uma tendência de valorização do real, o que deve favorecer a competitividade do trigo brasileiro nos mercados internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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