Para solucionar o problema, o objetivo é pressionar o governo a liberar 2 milhões de toneladas do produto para região sem pagamento de impostos, conforme informações do diretor no Moinho Dias Branco, Eugênio Pontes.

Segundo ele, é cobrado adicional de 25% no frete, pela Marinha Mercante, na compra fora do Mercosul. Ele explica que, como o Mercosul não tem fornecido trigo, por conta das suspensões de embarque feitas pela Argentina, a taxa subiu bastante. Além disso, a alta do dólar, que fechou ontem em R$ 2,27, tem contribuído para os valores finais do produto. "Você acumula todos esses aumentos de custo, um sobre o outro, e vai dar isso aí", lamenta.

Apesar do pleito, Eugênio afirma que o governo ainda não mostrou um posicionamento sobre o assunto. "O Nordeste não produz trigo e vai ter que importar de fora. Quando importa todo o trigo do exterior, ele vai pagar 10% de taxa de importação, que foi feita para proteger o Mercosul. Os moinhos do Sul vão suspender as importações, porque eles tem o trigo nacional. Nós não temos", argumenta. A alta do trigo tem acarretado no aumento de preços de uma série de produtos, sobretudo o pão.

Preços

Conforme reportagem divulgada nesta semana pelo Diário do Nordeste, o preço do pão francês (carioquinha) já está até 13,8% mais caro na Capital cearense. A alta é resultado do aumento do preço da farinha de trigo, que vem subindo desde o final de junho passado. Comparando o valor do quilo, o alimento chega a variar 53% de uma padaria para outra, dentre as pesquisadas pela reportagem.