Publicado em: 13/01/2025 às 10:30hs
Os preços internacionais do trigo ainda podem enfrentar novas quedas antes de iniciarem uma recuperação mais consistente, prevista para abril deste ano. Segundo a TF Agroeconômica, os altos estoques de trigo nos Estados Unidos são o principal fator dessa tendência, uma vez que será necessário esvaziar esses volumes para que os preços retomem um movimento de alta.
A situação também afeta o mercado argentino, cujo trigo enfrenta limitações de competitividade no Brasil devido à valorização do dólar. No médio e longo prazos, as projeções para a Bolsa de Chicago indicam uma tendência de elevação, o que pode criar oportunidades para uma recuperação também no mercado doméstico.
No Brasil, os preços do trigo ainda não apresentaram avanços significativos, reflexo da estratégia adotada pelos moinhos, que anteciparam seus estoques para o mês de janeiro. Essa postura permite que os moinhos permaneçam fora do mercado no curto prazo, enquanto cooperativas e cerealistas buscam esvaziar armazéns para acomodar as novas safras de milho-verão e soja, cujas colheitas começaram no Paraná.
Apesar desse cenário, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) registrou um leve aumento de 0,42% nos preços do trigo físico no Paraná em janeiro. A expectativa é de que esse movimento ganhe força gradualmente.
A TF Agroeconômica recomenda que os moinhos adquiram o máximo possível de trigo físico enquanto os preços permanecem baixos. Para aqueles com recursos limitados, sugere-se a compra de contratos futuros, que demandam de 8% a 12% do capital necessário para operações físicas. Já os moinhos cooperativos devem evitar contratos longos de farinha, pois a tendência de alta nos custos pode comprometer as margens.
Por sua vez, cooperativas e cerealistas focados em armazenamento devem priorizar a venda imediata do trigo físico, liberando espaço nos armazéns. No entanto, para garantir participação em eventuais valorizações futuras, recomenda-se manter posições no mercado futuro da Bolsa de Chicago (CBOT).
Com a conjunção de estoques globais elevados, estratégias locais e perspectivas futuras de alta, o mercado do trigo segue em um momento de cautela, mas também de oportunidades para os diferentes agentes envolvidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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