Publicado em: 20/01/2025 às 11:08hs
De acordo com a TF Agroeconômica, espera-se que os preços do trigo no Brasil se reajam antes mesmo das cotações em Chicago, impulsionados pela menor safra nacional e pela necessidade crescente de importações. A valorização do dólar, que está 23,11% acima do registrado no mesmo período de 2023, também exerce pressão sobre os preços no mercado interno. Enquanto isso, os estoques elevados nos Estados Unidos (21,71 milhões de toneladas, segundo o USDA) continuam a influenciar as cotações em Chicago, com expectativa de alta entre junho e agosto, em razão da menor produção no Mar Negro.
A consultoria recomenda que moinhos aproveitem o momento para realizar aquisições de matéria-prima física ou contratos futuros, a fim de mitigar os custos futuros com o provável aumento dos preços internos. Além disso, sugere-se cautela quanto às vendas programadas de farinha, uma vez que essas podem limitar os ajustes de preços necessários no futuro.
Para cooperativas, cerealistas e agricultores com estoques de trigo, a orientação é esperar por valorização no mercado. Estudo personalizado pode ser solicitado para ajudar a definir o melhor momento para a venda.
Diversos fatores contribuem para a possível alta no preço do trigo. O clima adverso nos Estados Unidos, que ameaça as safras de inverno, e a redução das exportações na região do Mar Negro, motivada por restrições governamentais e menor oferta, são elementos que podem pressionar o mercado. Além disso, a produção reduzida no Brasil (-2,6%, conforme dados da Conab) deve resultar em aumento das importações em 2024, com estimativa de 6,65 milhões de toneladas, superando as 5,50 milhões de toneladas de 2023. Espera-se que os impactos nos preços comecem a se manifestar a partir da segunda quinzena de fevereiro, quando a safra nacional se esgotará.
Por outro lado, existem fatores que podem limitar a alta nos preços. O dólar forte prejudica a competitividade das exportações americanas, enquanto a maior oferta de grãos da Argentina e Austrália pode atenuar o impacto da escassez no mercado. Além disso, os elevados estoques nos Estados Unidos continuam a limitar as altas na CBOT. No Brasil, a compra antecipada de trigo pelos moinhos para os meses de janeiro e fevereiro e as vendas programadas de farinha a preços fixos também podem retardar aumentos significativos no mercado interno.
Fonte: Portal do Agronegócio
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