Publicado em: 19/10/2020 às 12:45hs
Conforme Pinheiro, os preços do grão, que estão consideravelmente elevados para o período, devem subir a partir da virada do ano e se manter em patamares acima do habitual. Antes disso, porém, ao longo dos meses de outubro e novembro, principalmente, as cotações devem recuar pressionadas pela entrada da oferta recém-colhida no mercado interno. Na comparação com o ano passado, o trigo no Paraná está cerca de 40% mais caro, enquanto no Rio Grande do Sul, a variação é positiva em aproximadamente 60%.
O analista ressalta, no entanto, que a queda prevista para as próximas semanas deve ser menos intensa do que o normal para o período. Isso leva em conta tanto a previsão de chuvas no PR e no RS, que devem atrasar a colheita e prejudicar a qualidade do grão, quanto a situação crítica das lavouras da Argentina, que enfrentam déficit hídrico. A projeção de safra do país vizinho já foi reajustada para baixo por várias entidades do setor.
Além disso, o câmbio tem papel fundamental na sustentação das cotações no mercado interno. Mesmo com a colheita no Brasil e uma improvável melhora na situação da Argentina, a alta do dólar em relação ao real torna mais cara a importação do grão, estimulando os produtores a elevarem suas pedidas.
A tendência, de acordo com o analista, é que a indústria busque o trigo nacional de forma antecipada. Os moinhos de grande porte já estão bem abastecidos. Na outra ponta, os produtores estão, de um modo geral, capitalizados, o que propicia um cenário mais confortável para uma barganha do lado vendedor, que pode esperar mais para negociar. “Esses são fatores que também sustentam o mercado. Os preços vão recuar nas próximas semanas, mas nem tato. Acreditamos que preços acima dos R$ 1.000,00 por tonelada ao longo da temporada são bastante prováveis. Na Argentina os preços também serão mais elevados. A situação por lá deve piorar ainda mais”, projetou o consultor.
Fonte: Agência SAFRAS
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