Foto: Gui Benck

O mercado brasileiro de trigo manteve um ritmo de negociações reduzido ao longo da semana, influenciado pela baixa disponibilidade do cereal e pela postura cautelosa dos vendedores. O feriado de Carnaval também contribuiu para a desaceleração dos negócios no país.

Rio Grande do Sul: preços pressionados e dificuldades logísticas

No Rio Grande do Sul, os compradores indicaram preços próximos a R$ 1.350 por tonelada, enquanto os vendedores buscaram valores na casa dos R$ 1.400 por tonelada. De acordo com o analista Elcio Bento, da Safras & Mercado, a demanda da indústria de moagem segue fraca, uma vez que os moinhos enfrentam pressão devido aos baixos preços das farinhas.

Além disso, a logística tem sido um entrave, com fretes elevados e a incidência do ICMS, o que dificulta a comercialização do trigo gaúcho para indústrias de outros estados. Diante desse cenário, os produtores demonstram interesse em vender apenas a partir da segunda quinzena de abril, na expectativa de melhores preços.

Paraná: pouca oferta mantém preços elevados

No Paraná, a oferta da safra antiga é escassa, com menos de 200 mil toneladas disponíveis, o que sustenta preços mais altos. As indicações de compra variam entre R$ 1.500 e R$ 1.600 por tonelada.

Na região dos Campos Gerais, os moinhos estão oferecendo aproximadamente R$ 1.550 por tonelada FOB, enquanto no norte do estado, negócios foram fechados entre R$ 1.580 e R$ 1.600 por tonelada, com entrega prevista para março e pagamento em abril.

Custos de frete e colheita de verão limitam negociações

De forma geral, o mercado segue operando de maneira pontual, uma vez que os produtores estão priorizando a colheita da soja e do milho, relegando o trigo a um segundo plano. Além disso, o alto custo do frete tem sido um fator determinante para a lentidão das transações, dificultando novas comercializações no setor.