Publicado em: 17/03/2025 às 10:40hs
O mercado de trigo tem apresentado forte valorização nas últimas semanas, impulsionado principalmente pelo desempenho dos contratos em Chicago. Segundo a TF Agroeconômica, o cereal acumulou um ganho de R$ 59,67 por tonelada ao longo das últimas oito sessões. Investidores que seguiram as recomendações da consultoria e adquiriram contratos durante a queda, há duas semanas, já obtiveram uma valorização de US$ 10,29 por tonelada.
No mercado interno, os preços também avançaram. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que o trigo registrou alta de R$ 18,41 por tonelada no Paraná e de R$ 59,25 por tonelada no Rio Grande do Sul. Esse movimento reforça a relevância do mercado futuro como ferramenta para mitigar riscos e ampliar a rentabilidade dos produtores.
Entre os principais fatores que impulsionam o mercado está a seca nos Estados Unidos, que afeta 27% das lavouras de trigo de inverno, segundo informações do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Além disso, a desvalorização do dólar frente ao euro tem aumentado a competitividade das exportações norte-americanas, refletida nos embarques semanais de 783,4 mil toneladas.
No Brasil, a oferta limitada também sustenta os preços. O país dispõe atualmente de menos de 850 mil toneladas do cereal, enquanto a demanda mensal gira em torno de 996 mil toneladas, cenário que pode pressionar as cotações a partir da segunda quinzena de abril. A possível valorização do trigo argentino adiciona mais um fator de suporte à tendência de alta.
Apesar do cenário positivo, alguns elementos podem limitar os ganhos do mercado de trigo. A incerteza comercial global, intensificada por novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, tem gerado vendas especulativas. Além disso, a sazonalidade da colheita no Hemisfério Norte e o aumento da produção em países como Austrália, Argentina e Estados Unidos podem compensar, ao menos parcialmente, as perdas registradas na Rússia e na União Europeia, reduzindo a pressão altista.
Diante desse contexto, a TF Agroeconômica reforça a importância de monitoramento constante do mercado futuro e o uso de estratégias de hedge. Produtores que souberem identificar os momentos adequados para compra e venda poderão maximizar seus lucros, enquanto os moinhos devem garantir a cobertura de estoques para minimizar os custos da matéria-prima e proteger suas margens de rentabilidade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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