O mercado de trigo no Sul do Brasil continua com ritmo lento, com negociações restritas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. De acordo com a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, as transações permanecem escassas, pois os preços solicitados pelos vendedores não são compatíveis com as expectativas dos moinhos. Estes últimos têm priorizado o escoamento dos volumes já contratados anteriormente. No estado, as cotações giram em torno de R$ 1.250,00 no Planalto, R$ 1.220,00 a R$ 1.240,00 na região Celeiro e R$ 1.200,00 nas Missões. Moinhos de outras localidades enfrentam dificuldades adicionais, como a tributação do ICMS, vendas reduzidas e a baixa qualidade do trigo produzido no estado, com índices negativos de força (W), estabilidade e número de queda (FN).

Em Santa Catarina, apesar do avanço da colheita, a demanda por trigo gaúcho segue aquecida. Os preços pagos aos triticultores variam de R$ 74,00/saca em Canoinhas e São Miguel do Oeste a R$ 78,00 em Xanxerê, com preços CIF para os moinhos entre R$ 1.416,95/t e R$ 1.500/t. No Paraná, a produção mais reduzida faz com que o estado precise importar trigo, com o preço do trigo paraguaio variando em torno de US$ 265 (R$ 1.518) CIF no norte e o trigo argentino a R$ 1.500 CIF no oeste. Nos moinhos paranaenses, o preço fica em torno de R$ 1.450,00, enquanto os vendedores pedem cerca de R$ 1.500,00 FOB.

No Rio Grande do Sul, a qualidade do trigo tem sido um fator importante para a cautela nas compras, o que impacta diretamente no preço médio do grão. O valor médio apurado pelo Deral recuou para R$ 77,12/saca, refletindo um lucro médio de apenas 9,34% para o produtor.

O cenário nos três estados reflete os desafios enfrentados pelos produtores e compradores de trigo, com preços pressionados e problemas de qualidade afetando a dinâmica das vendas e as estratégias comerciais. A lentidão nas transações e as dificuldades em garantir uma produção de qualidade contínua tornam o mercado de trigo uma das principais preocupações para o setor agrícola da região.