A TF Agroeconômica aponta para uma tendência de alta nos preços do trigo, tanto no mercado internacional quanto no doméstico, conforme indicam os dados do Cepea. Diante desse cenário, a recomendação para os moinhos é mitigar riscos por meio da aquisição de contratos no mercado futuro, que demandam menor capital inicial e dispensam capacidade de armazenagem. Para aprofundar o conhecimento sobre essas operações, a Embrapa Trigo, em parceria com a ACERGS, promoverá um curso presencial nos dias 7 e 8 de março, em Passo Fundo (RS).

Entre os principais fatores de valorização, destacam-se as exportações americanas, que totalizaram 532,7 mil toneladas na última semana, dentro das projeções do mercado. Além disso, o conflito na região do Mar Negro continua impactando o plantio e a logística de exportação, enquanto a Rússia restringiu suas cotas de exportação, reduzindo a oferta global. Nos Estados Unidos, as lavouras de inverno podem ser prejudicadas pelo frio intenso, e no Brasil, a disponibilidade de trigo tem diminuído, com estoques mais baixos nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.

No entanto, alguns fatores podem conter a escalada dos preços. A China revisou para baixo sua previsão de importação de trigo, reduzindo a estimativa de 10,5 milhões para 8 milhões de toneladas, o que pode enfraquecer a demanda global. No Brasil, os moinhos enfrentam dificuldades para comercializar farinha e optam por reduzir a moagem para evitar prejuízos, impactando o consumo interno do grão.

Mesmo diante dessas variáveis, o mercado mantém um viés altista, impulsionado pela combinação de estoques reduzidos e desafios logísticos globais, o que sustenta a expectativa de preços firmes no curto prazo.