Aveia, Trigo e Cevada

Hedge no Trigo Garante Lucratividade Mesmo em Períodos de Incerteza

Estratégia visa oferecer previsibilidade contra os riscos de flutuações de preços


Publicado em: 19/07/2024 às 11:00hs

Hedge no Trigo Garante Lucratividade Mesmo em Períodos de Incerteza

Diante de um cenário cada vez mais desafiador para o mercado brasileiro de trigo, a adoção de estratégias eficazes de gestão é essencial para a sustentabilidade dos moinhos. Uma dessas táticas é o hedge, uma ferramenta de proteção contra grandes variações de preços de ativos para negociações futuras. Este tema foi amplamente discutido durante um webinar promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), na quarta-feira (18), com a participação de representantes de moinhos de diversas regiões do Brasil.

“Definir o valor competitivo com base em um nível de conhecimento será o grande norteador do desenvolvimento mercadológico do setor”, destacou o superintendente geral da Abitrigo, Eduardo Wilson Assêncio.

Segundo Jonathan Pinheiro, consultor de Gestão de Riscos de Trigo na StoneX Brasil, compreender essa estratégia permite que os gestores de moinhos dominem diferentes operações, protegendo seus negócios e garantindo lucros mesmo em tempos de incerteza. "Quando falamos em hedge, referimo-nos basicamente a um seguro financeiro que protege a produção contra o risco de flutuações de preços, permitindo buscar no mercado financeiro alternativas que mitiguem os gargalos do mercado físico", explicou Pinheiro. Ele destacou ainda os principais desafios do cenário atual, como os resquícios da guerra entre Ucrânia e Rússia e as questões climáticas no Brasil, com picos de chuva no Sul e calor no Sudeste.

Na prática, é crucial desenvolver uma estratégia objetiva de mitigação de riscos, mantendo a competitividade entre a indústria, compradores de farinha, vendedores de farelo e os moinhos em geral. "Hedge não é sobre ganhar dinheiro; o objetivo é a proteção e a saúde do negócio", esclareceu Pinheiro.

No setor, há duas principais frentes estratégicas: uma voltada para o estoque, com ênfase na proteção em casos de queda de preços do trigo já comprado, e outra para a aquisição de matéria-prima, focada na proteção contra aumentos de preços do trigo a ser comprado. Ambas, conforme Pinheiro, baseiam-se na manutenção da competitividade.

"Aos que estão começando a trabalhar com hedge, é importante ser conservador e lembrar: se o moinho compra trigo, ele se protege contra quedas de preços; se não compra, se protege contra altas de preços e suas variações", detalhou.

Para a efetividade da iniciativa, é fundamental contar com o suporte de uma empresa especializada para operações na Bolsa de Valores e buscar continuamente mais conhecimento e especialização. "Considerando esses pontos, o gestor não exporá o negócio a riscos desnecessários, alcançando um cenário ideal onde é possível definir uma política de hedge com percentuais de proteção e diversificação de ferramentas e ações que beneficiem o negócio", ressaltou Pinheiro.

Ele ainda observou que esse movimento é o começo de uma trajetória que pode levar os moinhos de trigo a um nível de desenvolvimento semelhante ao dos mercados de soja e milho, que são mais maduros em relação à prática do hedge. Para mais informações, assista ao webinar completo no canal da Abitrigo no YouTube.

Fonte: Portal do Agronegócio

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