Publicado em: 10/05/2012 às 11:30hs
Os triticultores gaúchos dão largada no plantio da nova safra com rentabilidade negativa. O cenário é agravado neste ano pela ausência de lucro da lavoura de verão, que evaporou com a seca, deixando propriedades no vermelho. Segundo levantamento da Fecoagro, que tem abril como base, as elevações do dólar e de commodities, além da demanda por insumos, puxaram a alta de 9,35% no custo variável em relação a 2011, para R$ 992,23 por hectare.
O custo total também subiu 4% no período. Conforme o economista da federação, Tarcísio Minetto, os triticultores terão que produzir 49 sacas/ha para cobrir o custo total, considerando o novo preço mínimo no país. Atualmente, a média gaúcha é de 40 sacas. Segundo o economista, a defasagem chega a 14% em relação à nova tabela estabelecida pelo governo federal, de R$ 30,06 a saca.
O reajuste de 5% sobre os R$ 28,63 vigentes até julho é considerado tímido, principalmente frente à alta de 42% na ureia, a campeã da subida. Uma tonelada do produto não sai por menos de R$ 1.260,00. Os fertilizantes vêm em segundo, com 8% de correção em comparação com o ano passado. Com isso, no caso do fertilizante base, o preço anda na casa de R$ 1.050,00/t.
Apesar de projeções indicarem alta de até 15% nos 880 mil ha cultivados, o cenário pode desestimular os produtores. O presidente da Copatrigo, de São Luiz Gonzaga, Paulo Pires, acredita em manutenção da área. "O produtor planta trigo em legítima defesa e não por se empolgar com a cultura." Ele lembra que, em 2011, o Estado colheu uma das melhores safras, mas enfrentou dificuldades na venda. Outra preocupação é com o rigor na classificação. Se houver excesso de chuva na colheita, por exemplo, a qualidade será menor e, consequentemente, o preço recebido pelo cereal também.
A escalada das despesas com a safra
Fonte: Correio do Povo
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