Aveia, Trigo e Cevada

Brasil e Argentina discutem contenção e manejo de pragas de trigo

Pesquisadores da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e do INTA – Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, da Argentina, se reuniram em um workshop na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) no período de 16 a 19 de setembro para discutir medidas em conjunto para contenção e manejo de um complexo de pragas muito nocivo e que está se expandindo rapidamente na América do Sul: o ácaro do trigo e vírus associados


Publicado em: 03/10/2013 às 14:10hs

Brasil e Argentina discutem contenção e manejo de pragas de trigo

Além de atuar como praga do trigo, o ácaro Aceria tosichella, é também transmissor dos vírus WSMV (Wheat streak mosaic vírus), HPV (High plains vírus) e Triticum mosaic virus (TriMV). Esse complexo de pragas, chamado pelos cientistas de patossistema, é um dos principais problemas da triticultura nos altiplanos dos EUA, Europa e em extensas áreas produtoras na Austrália, podendo causar perdas totais aos cultivos em anos com condições climáticas favoráveis a sua proliferação. Na Argentina, doenças causadas por esse complexo de pragas vêm ocorrendo desde 2002 em diversas províncias e, por isso, já é considerado um problema grave para os cultivos de trigo naquele país.


O projeto para contenção e manejo do complexo de pragas do trigo é um dos oito projetos em cooperação entre a Embrapa e o INTA. Ele foi iniciado em 2012, sob a liderança do pesquisador Douglas Lau da Embrapa Trigo em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e tem como objetivo principal definir estratégias para conter a exapansão do complexo de pragas na Argentina e no Brasil, onde o ácaro vetor e um dos vírus, o WSMV, foram recentemente detectados.

Os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Denise Navia, Marcio Sanches e Norton Polo Benito, participaram do evento, onde apresentaram os resultados de estudos sobre a caracterização de linhagens do ácaro vetor; métodos de detecção dos vírus WSMV, HPV e TriMV e mapeamento das áreas de risco para o vetor A. tosichella no Brasil, respectivamente.

Segundo Navia, a cooperação Embrapa/INTA tem possibilitado a avaliação de variedades de trigo brasileiras em áreas de alto risco na Argentina. “Os resultados do projeto possibilitarão minimizar as perdas causadas pelo complexo de pragas no Brasil”, ressalta.

Além dos membros e colaboradores do projeto, o workshop contou com a participação do setor privado, como empresas produtoras de sementes e de melhoramento de trigo.

A pesquisadora enfatiza que projetos similares a esse devem ser estendidos a outras pragas quarentenárias presentes ou que estejam na iminência de introdução no país. “A adoção de medidas de prevenção e mitigação de danos causados por pragas agrícolas podem evitar perdas como as que a lagarta Helicoverpa armigera vem ocasionando ao agronegócio brasileiro”, finaliza Navia.

 

Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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