Publicado em: 04/10/2024 às 10:30hs
Os preços do trigo na Bolsa de Chicago registraram um aumento no início de outubro, alcançando a marca de US$ 6,15 por bushel no dia 2, o que representa a maior cotação desde junho deste ano. De acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), houve um recuo nas cotações no dia seguinte, com fechamento em US$ 6,03, ainda superior aos US$ 5,84 observados uma semana antes. A média de setembro foi de US$ 5,70, refletindo um aumento de 8,2% em comparação com a média de agosto, embora tenha apresentado uma leve queda de 0,9% em relação ao mesmo período de 2023.
Com a colheita do trigo referente à safra 2023/24 já concluída nos Estados Unidos, a atenção agora se volta para o plantio da nova safra de trigo de inverno. Até o final de setembro, 39% da área esperada já havia sido semeada, mantendo-se em consonância com a média histórica. Além disso, até a data de corte do levantamento, 14% das sementes já haviam germinado. O estoque trimestral de trigo nos EUA, registrado em 1º de setembro, totalizou 54 milhões de toneladas, alinhando-se às expectativas do mercado e superando os 48,1 milhões de toneladas registrados no mesmo período do ano anterior.
Adicionalmente, a produção de trigo na Austrália sofreu impactos significativos devido a condições climáticas adversas, como secas e geadas severas, resultando em perdas estimadas de mais de um milhão de toneladas em comparação com previsões anteriores. A produção total de trigo no país deve variar entre 27 e 29 milhões de toneladas, abaixo da média histórica de 29,8 milhões, mas ainda superior à produção de 26 milhões de toneladas do ano passado. A CEEMA destaca que essas dificuldades climáticas têm sido um dos principais fatores que sustentam os preços do trigo no mercado internacional.
Além dos fatores climáticos, a demanda global também exerce uma influência considerável sobre os preços. O Egito, um dos maiores importadores de trigo do mundo, anunciou um acordo de compra que prevê a importação de 510 mil toneladas mensais de trigo entre novembro de 2024 e abril de 2025, totalizando 3,06 milhões de toneladas no período. Embora a origem do trigo não tenha sido divulgada oficialmente, especialistas indicam que a maior parte desse volume deve vir da região do Mar Negro, conhecida por sua produção competitiva.
Diante da combinação das perdas na produção australiana, do plantio em andamento nos EUA e da forte demanda do Egito, espera-se que as cotações do trigo continuem voláteis nas próximas semanas, à medida que o mercado observa atentamente as condições climáticas e as movimentações comerciais globais.
Fonte: Portal do Agronegócio
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