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Mesmo sem TEC, preço do arroz gaúcho segue subindo

Os preços domésticos do arroz seguiram em elevação no mercado brasileiro na penúltima semana de setembro, apesar da decisão do Governo Federal de retirar a Tarifa Externa Comum (TEC) para 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até 31 de dezembro


Publicado em: 02/10/2020 às 18:00hs

Mesmo sem TEC, preço do arroz gaúcho segue subindo

No Rio Grande do Sul, referência para os preços nacionais, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 106,65 no dia 24 de setembro, ante R$ 105,40 por saca no dia 17 de setembro. Em 30 dias, a alta acumulada era de 84,10%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 134,68%.

Desde o ano de 2002 os preços brasileiros do arroz não estiveram tão elevados frente aos norte-americanos (referência da CBOT). “Com o avanço da colheita norte-americana, o aumento da oferta nos Estados Unidos tende a frear as exportações brasileiras nos próximos meses para países caribenhos”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.

O reflexo já começa a ser sentido nos últimos relatórios semanais de exportação divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). “Pela primeira vez na temporada, o país vem importando mais do que exportando (até esta segunda semana de setembro)”, ressalta o analista.

Viana entrou em contato com uma fonte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para saber da capacidade de exportação de arroz norte-americano para o Brasil e a reposta foi otimista. “Desde a notícia da cota, já ouvi falar de uma venda confirmada de 30.000 toneladas de arroz em casca e outra de 120.000 toneladas que estava sendo finalizada”, comenta Katie Woody, adida do USDA.

De acordo com o USDA, as exportações dos EUA vão aumentar um pouco em relação ao ano passado. “Logo, a produção dos EUA provavelmente tem espaço para preencher pelo menos parte da cota além do comércio normal. Falei com as principais associações norte-americanas de arroz e elas estão confiantes de que terão abastecimento suficiente para exportar”, comenta a adida. “Ou seja, os EUA devem confirmar grande participação neste volume de 400 mil toneladas livres da TEC na importação de arroz ao Brasil nos próximos meses”, prevê Viana.

Fonte: Agência SAFRAS

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