A procura pela pluma no mercado interno ainda é tímida. As indústrias brasileiras desaceleraram a compra da fibra nos últimos meses, o que acabou impactando nas exportações. Mato Grosso, por exemplo, que é considerado o maior produtor de algodão do país, espera reaver sua participação nas exportação nacional, que normalmente representava metade do que o Brasil enviava de algodão ao exterior. O estado embarcou em julho 12,3 mil toneladas da pluma, representando 36% do total exportado pelas indústrias de todo o país, que foi de 39,8 mil toneladas. A expectativa dos produtores, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é que a exportação ganhe força até o final deste ano.

A analista do Imea, Elisa Gomes, explica que ainda resta muita pluma no campo que ainda precisa ser colhida e beneficiada. A colheita, que chegou na casa dos 70%, é influenciada pelo clima. "Devido o clima seco, os produtores desaceleram a colheita para evitar o risco de incêndio no campo". Conforme ela, Mato Grosso espera recuperar o destaque nas exportações brasileiras. Atualmente, Bahia está na liderança dos embarques internacionais com 61% do total exportado pelo país, somando 24,5 mil toneladas.

O volume exportado no sétimo mês do ano é 51% superior ao volume embarcado em julho do ano passado. No acumulado do ano, o volume de algodão exportado foi de 188 mil toneladas. A expectativa do Imea é que a produção de algodão desta safra tenha uma receita bruta de R$ 4,3 milhões, valor 6,4% inferior em relação à última safra. A queda registrada se deve principalmente à redução nos preços já que o mercado apresenta uma superoferta da pluma. No entanto, nas últimas semanas, o preço da pluma se manteve estável em Mato Grosso, em torno de R$ 48/@.