Os preços do arroz em casca em Santa Catarina apresentaram uma tendência de estabilidade durante o mês de setembro e no início de outubro, conforme aponta o Boletim Agropecuário de outubro, divulgado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e pelo Observatório Agro Catarinense. Essa estabilidade ocorre após um ciclo de alta iniciado em abril deste ano, resultado da entressafra, que reduziu a oferta interna e manteve os preços em patamares elevados.

Entretanto, fatores como o desaquecimento da demanda e a desvalorização do dólar, que desincentiva as exportações, vêm pressionando os preços para baixo, o que estabilizou o mercado nos últimos meses. Apesar disso, a comercialização do arroz catarinense já está praticamente encerrada, com cerca de 95% da produção de 2024 vendida no primeiro semestre. Isso reflete a necessidade dos produtores de liquidar compromissos financeiros e preparar o plantio da próxima safra.

Entre as regiões do estado, houve variações nos preços. Na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, os preços registraram alta entre agosto e setembro, enquanto no Alto Vale do Itajaí permaneceram estáveis. Já no Litoral Sul, houve uma leve queda, reflexo do comportamento do mercado no Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do país.

Exportações e importações

No comércio internacional, as exportações de arroz catarinense entre janeiro e setembro de 2024 somaram US$ 2,67 milhões, tendo como principais destinos Trinidad e Tobago, Gâmbia e Senegal. Esse montante, no entanto, é 71% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, consequência da menor competitividade do arroz brasileiro no mercado externo devido à queda do dólar. Em contrapartida, as importações de arroz aumentaram 51,18% no mesmo período, resultado da menor oferta interna e de preços internacionais mais atrativos, com o Uruguai, Tailândia e Paraguai como os principais fornecedores.

Perspectiva de aumento de produtividade

A safra 2024/25 já tem 76% da área destinada ao arroz semeada, e a expectativa é de uma produção estável em 145 mil hectares. Contudo, espera-se um aumento de 9,9% na produtividade média, que deve alcançar 8,74 toneladas por hectare. O clima favorável e o maior investimento em tecnologia são fatores que indicam uma produção total de 1,269 milhão de toneladas, com boas condições predominantes nas lavouras e perspectivas positivas para o ciclo produtivo.