Arroz

Início da Colheita de Arroz no Rio Grande do Sul Indica Safra Promissora

Primeiras colheitas mostram bom percentual de grãos inteiros, com expectativa de uma colheita produtiva, diferente da de 2024, que foi impactada pela enchente


Publicado em: 13/03/2025 às 17:30hs

Início da Colheita de Arroz no Rio Grande do Sul Indica Safra Promissora

O Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção de arroz no Brasil, iniciou oficialmente nesta semana a Colheita do Arroz e Grãos 2024/2025, especialmente na região das Terras Baixas. As primeiras amostras da colheita na região central do estado indicam bons índices de grãos inteiros, com quantidade moderada de grãos gessados e barriga branca, conforme as expectativas para uma safra de qualidade.

Em contraste com o cenário de 2024, quando a enchente causou grandes perdas, a previsão para esta safra é de colheita completa e produtiva. De acordo com Guilherme Pereira dos Santos, coordenador do laboratório da empresa Dickow Alimentos Ltda, localizada em Agudos (RS), uma das cidades mais afetadas pela enchente, a safra deste ano está sendo muito bem recebida, com a expectativa de que toda a área plantada seja colhida no tempo certo, e que a produtividade atenda às demandas da indústria.

A região central do estado é tradicionalmente responsável pela produção de arroz de alta qualidade, um diferencial que agrega valor ao produto no mercado. Para garantir esse padrão de qualidade, a definição do ponto ideal de colheita é crucial. Grãos colhidos com alta umidade (em torno de 25% a 26%) são suscetíveis ao amassamento e dificultam o processo de debulha, resultando em perdas significativas. Por outro lado, a colheita com umidade excessivamente baixa (entre 16% e 17%) pode prejudicar o rendimento de grãos inteiros, já que os grãos permanecem mais tempo expostos, ficando vulneráveis ao ataque de pragas e a variações climáticas, o que impacta diretamente no preço pago ao produtor.

"O ponto ideal de colheita ocorre quando a umidade do grão está entre 19% e 23%. Este intervalo favorece um processo eficiente, assegurando um alto rendimento de grãos inteiros, atendendo às necessidades do produtor e às exigências da indústria e do consumidor final, que busca um arroz tipo 1, com grãos longos, translúcidos e soltinhos, que proporcionam bom volume na panela", esclarece Guilherme.

Além disso, o armazenamento do arroz após a colheita exige cuidados rigorosos, como o controle da umidade, temperatura, presença de impurezas e a infestação por pragas. "A umidade elevada pode acelerar o metabolismo do grão, levando ao amarelamento, enquanto a umidade muito baixa pode resultar em perdas de peso e volume devido à remoção excessiva de água, tornando o produto excessivamente seco. Portanto, é essencial manter a umidade em níveis adequados para preservar a qualidade e a quantidade do arroz armazenado por mais tempo", avalia Guilherme.

O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, destaca que a safra de arroz exige atenção em todas as fases, desde a semeadura até a colheita no momento certo, para evitar impactos na produtividade. "Durante o armazenamento, é fundamental monitorar a umidade, controlar a temperatura, realizar aeração e combater doenças para garantir a qualidade e segurança do arroz", afirma Smolareck. "Além disso, máquinas, equipamentos e medidores de umidade devem estar bem conservados e regulados para não comprometer o valor do produto, tanto para o produtor quanto para os armazéns compradores do grão."

A cadeia produtiva do arroz no Rio Grande do Sul envolve aproximadamente 18 mil produtores, distribuídos por 180 municípios, e 200 indústrias beneficiadoras. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontam que o estado plantou 970.194 hectares de arroz nesta safra, um aumento de 7,8% em relação ao ano passado. O arroz ocupa o segundo lugar entre os produtos agrícolas mais importantes do estado, ficando atrás apenas da soja.

Fonte: Portal do Agronegócio

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