Publicado em: 13/09/2013 às 16:30hs
O leilão realizado nesta terça-feira (10/9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que negociou 88,1% da oferta, ou 44,63 mil toneladas, de um total disponibilizado de 50,65 mil toneladas, valorizou os estoques dos produtores, segundo avaliação do presidente Henrique Osório Dornelles, da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul - Federarroz. “Houve demanda parcial por produtos de safras mais antigas e maior valorização pelo grão superior e de safras mais novas, o que demonstra que o mercado livre vem se regulando adequadamente”, considera.
Para o dirigente arrozeiro, o ágio verificado nas operações e o volume de comercialização só confirmam que o mercado é demandante e, por isso, valoriza o arroz de maior qualidade, da última safra, que ainda está na mão do produtor. Este sistema do governo federal, de realizar um leilão por mês, com venda de estoques mais antigos, causa impacto na redução dos preços médios do pregão, mas mantém o grão superior valorizado. Ao mesmo tempo contribui para reduzir os estoques públicos. E ocorrendo queda nas cotações para alguns padrões do cereal, ainda pode haver reflexo positivo pelo ganho de competitividade do arroz nacional e aumentar a exportação. “Isso já ocorreu em agosto com sensível alta nos embarques para o mercado internacional”, acrescenta Henrique Osório Dornelles.
EXPORTAÇÃO
O vice-presidente da Federarroz na Planície Costeira Interna à Laguna dos Patos, Daire Coutinho, destaca que os dados referentes às importações e exportações de arroz do mês de agosto trazem números surpreendentes. Totalizando 159 mil toneladas, (fonte: Decex/Secex) as exportações foram 308% superiores ao mês de julho, e o maior volume do corrente ano. “Apoiado num aumento significativo dos embarques de arroz em casca, o setor produtivo fica animado com a expectativa de comercialização no segundo semestre. Por outro lado, se confirma no mês de agosto, coincidentemente com o aumento do dólar, a redução nos dois últimos meses das importações”, acrescenta Coutinho. O presidente Henrique Osório Dornelles lembra que a Federarroz projeta um equilíbrio entre exportações e importações no atual ano comercial (MAR/13 a FEV/14), em um milhão de toneladas.
Segundo Daire Coutinho, a performance das vendas externas em agosto colaboram significativamente para a queda na diferença da balança comercial arrozeira, reduzindo praticamente em 80 mil t estes valores. A balança comercial do arroz pode se tornar positiva nos próximos meses, mantida a tendência apresentada com a correção cambial.
E os leilões oficiais podem colaborar nas vendas externas. Coincidentemente com essas operações, que trazem preços mais próximos da paridade das cotações internacionais, aumentaram as vendas externas. Assim, se os preços oficiais que não permitem remuneração ao produtor, pois não cobrem os seus custos, irão num futuro próximo, via redução dos estoques pelo escoamento internacional, colaborar com preços mais firmes.
Fonte: Federarroz
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