Publicado em: 24/02/2012 às 18:50hs
No entanto, este bom desempenho dentro da porteira está longe de remunerar os produtores nacionais nas mesmas condições de outros países, como Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Para o economista da Federação Nacional da Agricultura do RS (Farsul), Antônio da Luz,esta aparente ineficiência está diretamente relacionada aos altos custos de produção do Brasil, como foi demonstrado no painel Desafios Econômicos da Lavoura Arrozeira, apresentado nessa quinta-feira, dia 23 de fevereiro, na 22ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Restinga Sêca (RS).
Conforme Antônio da Luz, o custo para produzir um hectare de arroz nos Estados Unidos é de US$ 1.400,00 enquanto no Brasil este valor é de US$ 2.500,00. “Boa parte dessa diferença está na tributação que o produto sofre no país: cerca de 25% do valor de um saco de 50 quilos de arroz corresponde a imposto. Isso compromete a competitividade da cultura, principalmente em relação às exportações, que no caso do Brasil correspondem a 3% do volume comercializado mundialmente. Temos 97% do mercado para exportar, mas os custos inviabilizam a operação”, observa.
Segundo ele, uma das alternativas para reverter este quadro é o livre mercado entre os países do Mercosul. “Se pode entrar arroz do Mercosul também deveria ser permitido o ingresso de insumos e maquinários desses países. Com isso o custo de produção por hectare no Brasil cairia para U$ 1.650,00, colocando o país em condições de igualdade com seus maiores concorrentes”, explica.
O economista da Farsul informa que a entidade está elaborando em parceria com a Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), a criação de um programa de recuperação de custos que prevê a devolução dos tributos pagos a mais pelos produtores brasileiros em relação a seus concorrentes. Para Antônio da Luz, o programa sairia mais barato que o PEP, sendo uma alternativa viável à Reforma Tributária, que, se depender do governo, vai custar a sair do papel.
Fonte: Farsul
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