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Entidades pedem suspensão dos leilões de arroz

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Federação da Agricultura e Pecuária do RS (Farsul)pediu ao ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho, ontem, a suspensão dos leilões de arroz dos estoques públicos, promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um dos principais é de 100 mil toneladas no próximo dia 3 de janeiro


Publicado em: 19/12/2012 às 20:40hs

Entidades pedem suspensão dos leilões de arroz

“O anúncio afetou brutalmente os preços aos produtores, com impacto psicológico negativo nas cotações”, declarou Renato Rocha, presidente da Federarroz. Ele lembra que a oferta de volumes exagerados do grão dos estoques reguladores pela Conab - apesar de inúmeros alertas sobre os riscos que representam - em pleno momento em que o governo federal cria um mecanismo de renegociação de dívidas dos arrozeiros, afetará os patamares iniciais de comercialização da safra 2012/13 e a renda dos produtores.

“Isso é claro na medida em que há baixa procura nos leilões da Conab e o indicador Esalq-Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&F-Bovespa aponta queda contínua nos preços do arroz em casca há mais de 80 dias, acumulando 1,4% de queda em outubro, 3,2% em novembro e 4,77% até 18 de dezembro”, diz o dirigente. Segundo ele, a pressão agressiva de oferta da Conab é responsável direta pela queda de preços em plena entressafra. “Isso apesar da Câmara Setorial ter pedido ao ministro a suspensão dos leilões”, argumenta. E alerta: “Essa queda não reflete no combate à inflação, pois enquanto os preços baixaram 1,55% ao agricultor na última semana de novembro, subiram 10,69% ao consumidor”, declarou, através da assessoria.

A Federarroz apontou ao ministro que o setor está abastecido pela oferta interna, as importações e estoques privados. Enfatiza a redução dos negócios e demanda pelo produto no período de final de ano e férias, o que descarta a necessidade de o governo ofertar grão ou antecipar tanto o anúncio do próximo leilão. “Há dificuldade de o produtor assimilar a razão de o governo impor a realização dos leilões, cujas vendas são pífias e trazem prejuízos ao setor”, afirma Renato Rocha.

“É uma medida que, em curto prazo, levará a cadeia produtiva à nova crise e busca de apoio no governo para a comercialização, visando recuperar preços. Não é lógica a maneira com que o governo, especificamente a Conab, age: pondo a perder o trabalho desenvolvido desde 2011 pela recuperação dos preços acima do custo de produção”, acrescenta.

Segundo as entidades enfatizaram ao ministro Mendes Ribeiro Filho, se mantida em 2013 a mesma política de leilões de 2012, é grande o risco de um início de safra com comercialização abaixo do preço mínimo oficial e, sob esta situação, a necessidade de aporte de recursos para mecanismos governamentais. A informação é da assessoria da Fedearroz.

Fonte: Só Notícias

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