Publicado em: 23/09/2024 às 10:16hs
O mercado de arroz se manteve estável nesta semana, sem grandes variações, enquanto produtores e indústrias voltam suas atenções para o início da safra 2024/25, previsto para o primeiro trimestre de 2025. Segundo o consultor e analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, há expectativa de que essa nova safra traga uma possível equalização dos preços. "Entretanto, fatores de incerteza, como o clima e as oscilações cambiais, ainda geram preocupação", ressalta.
No dia 18, a saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul, com 58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista, estava cotada em R$ 118,39, uma alta de 0,25% em relação à semana anterior. No entanto, quando comparado ao mesmo período do mês anterior, houve uma leve queda de 0,18%. Ainda assim, o preço apresenta um aumento significativo de 16,67% em relação ao mesmo período de 2023.
De acordo com Oliveira, os preços permaneceram relativamente estáveis, com variações mínimas, mas com uma leve tendência de alta. Esse movimento se deve, principalmente, à retenção de oferta pelos produtores, que estão financeiramente capitalizados e buscam maior valorização para suas vendas. Esse comportamento pressiona o mercado, dificultando a reposição de estoques pelas indústrias.
"Além disso, o descompasso entre o custo da matéria-prima e os preços praticados no varejo tem criado um ambiente de tensão para as indústrias, que encontram dificuldades em repassar esses aumentos ao consumidor final", explica o consultor. Essa situação tem levado os consumidores a buscarem marcas mais baratas, refletindo a sensibilidade à elevação dos preços.
No Rio Grande do Sul, onde estão concentradas as principais regiões produtoras, estima-se que os estoques representem de 20% a 25% da safra colhida. A oferta limitada reforça a tendência de retenção, com os produtores tentando reestruturar suas finanças após diversas safras de margens apertadas. "Os elevados custos de produção e as incertezas climáticas permanecem como fatores centrais na tomada de decisões dos produtores", conclui Oliveira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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