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Colheita de Arroz no Brasil: Preços em Queda e Expectativas para o Mercado Internacional

Com início da safra 2024/25, a queda nos preços do arroz é impactada pela maior oferta global e pela resistência dos compradores


Publicado em: 27/03/2025 às 17:00hs

Colheita de Arroz no Brasil: Preços em Queda e Expectativas para o Mercado Internacional

A colheita da safra de arroz 2024/25 no Brasil teve início com bons resultados de produção e qualidade, mas, ao longo de fevereiro, os preços apresentaram uma queda significativa. No mercado interno, o mês foi marcado pela redução contínua dos preços, refletindo a maior oferta gerada pelo início da nova safra, assim como a pressão da oferta global.

Em fevereiro, o mercado interno registrou uma baixa na liquidez das negociações, com vendedores e compradores enfrentando resistência mútua. Contudo, à medida que o mês avançava, os preços começaram a ceder, impulsionados pelo aumento da oferta local. Do lado dos compradores, houve uma expectativa de uma queda maior nos preços, o que também foi favorecido pelo atrativo preço das importações. As compras externas, que já haviam aumentado em janeiro, seguiram essa tendência, registrando um crescimento de 28% em fevereiro, comparado a janeiro, e 5% superior ao mesmo período de 2024.

O preço do arroz em casca caiu para R$ 96 por saco de 50 kg em fevereiro, representando uma queda de 3,5% em relação ao mês anterior. Em março, o declínio foi mais acentuado, com o preço caindo para R$ 85/sc até o dia 19, uma queda de 10,8% em comparação à média de fevereiro. No mercado atacadista, o arroz agulhinha tipo 1 registrou queda de 5,3%, sendo cotado a R$ 158 por fardo de 30 kg. Embora as margens tenham sido ligeiramente mais baixas do que em fevereiro, permanecem em níveis elevados.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 16 de março, 23,7% da safra já havia sido colhida. Os estados de Santa Catarina e Goiás estão mais avançados na colheita, com 75% e 57%, respectivamente, enquanto o Rio Grande do Sul, maior produtor do país, atingiu 31% da colheita. As primeiras áreas colhidas apresentaram resultados promissores, com a produtividade da safra estimada para ser 4,7% superior à do ano anterior, alcançando uma média nacional de 6,8 toneladas por hectare.

No cenário internacional, os preços também apresentaram queda, pressionados pela maior oferta global. Em Chicago, por exemplo, o arroz teve uma redução de 4,5% em fevereiro, fechando a US$ 310 por tonelada.

O aumento da produção da safra 2024/25 deverá manter os preços do arroz em uma trajetória de queda nos próximos meses. No entanto, o mercado externo se tornará essencial para o escoamento da produção excedente do Brasil. A demanda externa pode ajudar a equilibrar a oferta interna, embora as exportações ainda enfrentem desafios devido à alta disponibilidade global, especialmente no Mercosul. A Conab projeta que as exportações de arroz serão 54% superiores ao ano passado, totalizando 2 milhões de toneladas.

Além disso, a imposição de tarifas comerciais pelo governo dos Estados Unidos, como a taxa de 25% sobre os produtos importados do México e Canadá, pode abrir oportunidades para o Brasil. O México, importante comprador de arroz, pode buscar fornecedores alternativos ao arroz dos EUA, favorecendo o Mercosul no processo de escoamento.

Embora as perspectivas de produção sejam positivas, a queda nos preços preocupa, especialmente quanto à margem de lucro dos produtores. Com as cotações se aproximando dos níveis de custo operacional, os produtores precisarão adotar uma gestão eficiente para manter a viabilidade econômica da atividade.

Fonte: Portal do Agronegócio

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