O avanço das safras gaúcha e catarinense de arroz, responsáveis por quase 75% da produção nacional, bem como a do Mercosul que oferece excedentes de arroz ao Brasil, já interfere nas cotações do produto. Na última semana, algumas indústrias e cooperativas reduziram de 40 a 70 centavos as cotações do arroz no Rio Grande do Sul, principalmente na Fronteira Oeste, Campanha e Depressão Central. Este comportamento já refletiu no indicador de Preços do Arroz em Casca no Rio Grande do Sul Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&F- Bovespa.

O indicador fechou fevereiro em queda de 2,1%, invertendo posição depois de ter alcançado alta próxima de 2,5% no desenrolar do mês, cotando o arroz em casca, colocado na indústria gaúcha, em média a R$ 26,49. Na semana passada o indicador chegou a apresentar R$ 27,33 de preços médios. No primeiro dia de março, as cotações se elevaram para R$ 26,63, rompendo com a tendência de baixa. A reversão da queda indica o impacto positivo do anúncio do governo federal de R$ 28 milhões para 50 mil toneladas de arroz em Aquisições do Governo Federal (AGFs).

Enquanto o mercado trabalha com informações extra-oficiais de um estoque privado entre 500 e 800 mil toneladas maior do que o indicado pela Conab, e os produtores alegam que há depósitos de arroz do governo que estão vazios com os operadores negociando produto oficial para repor na safra, em razão da deficiência de fiscalização da Conab, surgiu a informação de bastidores que o governo federal anunciará Contratos de Opção para 300 mil toneladas de arroz ainda em março, com vencimento em junho e julho.

Com a manutenção dos preços médios do RS abaixo do mínimo de garantia federal, segundo base de dados da Conab, volta a carga da indústria e dos arrozeiros para que o MAPA lance mão também de PEP e Pepro, entre outras operações. As entidades arrozeiras estão recomendando que o produtor utilize os créditos de EGFs e Pré-Custeio para segurar a venda no primeiro semestre, pois a expectativa dos analistas é para uma remuneração maior na metade final do ano comercial.

No mercado livre o mercado segue praticamente estagnado, com baixa comercialização e já as primeiras cargas entrando na indústria, principalmente de arroz a depósito. Preços médios no RIo Grande do Sul entre R$ 26,00 e R$ 27,00, pressionados para baixo, nas regiões próximas ao porto de Rio Grande. Já na Fronteira, em Itaqui, indicativo de R$ 24,50, em média, e de R$ 25,00 a R$ 26,00 em Sâo Sepé, Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, Alegrete, São Gabriel Santa Maria e Uruguaiana (Fob).

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS) indica cotação média de R$ 26,50 para o arroz em casca no estado, com o arroz branco, em 60kg, cotado ao referencial de R$ 55,80. Canjicão segue estável em R$ 34,00 para a saca de 60kg/Fob, quirera a R$ 31,80 e o farelo de arroz em R$ 290,00 a tonelada (em Arroio do Meio - RS) por conta da escassez de milho no RS, causada pela estiagem.