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Arroz de terras altas ganha destaque como opção rentável para segunda safra no norte de Mato Grosso

Cultura se mostra viável para rotação com soja, com cultivares da Embrapa destacando-se pela adaptabilidade e alta produtividade


Publicado em: 18/11/2024 às 19:20hs

Arroz de terras altas ganha destaque como opção rentável para segunda safra no norte de Mato Grosso

O cultivo de arroz de terras altas vem se consolidando como uma alternativa atrativa para os produtores do norte de Mato Grosso, especialmente como cultura de segunda safra em sistemas de rotação de culturas. Entre as variedades que têm se destacado no mercado nacional, as cultivares BRS A502 e a recém-lançada BRS A504CL, desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), demonstram excelente adaptabilidade para a região.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA-MT), na safra 2023/2024, a área plantada com arroz no estado alcançou 125.447 hectares, com uma produtividade média de 3.248 quilos por hectare, resultando em uma safra total de 407.487 toneladas.

Resultados promissores e expectativas altas

O produtor rural de Sorriso, Gustavo Sichieri Caramori, cultiva arroz de sequeiro há três anos e optou por utilizar a cultivar BRS A502 da Embrapa para a safra 2024/2025, plantando a variedade em 230 hectares de sua propriedade de 450 hectares. "É um arroz de boa qualidade, que se recuperou bem apesar do estresse climático. Nossa expectativa é muito boa e planejamos continuar com a cultura em mais safras", afirmou.

Em Matupá, o consultor técnico Adriano Lopes observou que, embora a adoção do arroz seja ainda tímida devido à falta de infraestrutura de armazenamento, há um potencial de expansão nas próximas safras. "O arroz tem um bom valor agregado e um custo mais baixo por hectare quando comparado com a soja, além de ser vantajoso na rotação de culturas. Estamos acompanhando produtores que utilizarão a cultivar BRS A502, que oferece alto potencial produtivo e boa rentabilidade associada à soja", destacou Lopes.

Desempenho das cultivares e adaptação às condições locais

Adriano Castro, pesquisador da Embrapa e especialista em Genética e Melhoramento de Plantas, explicou que a BRS A502 se destacou durante as fases de melhoramento na estação experimental de Sinop, especialmente por sua resposta à fertilidade do solo e alta produtividade. "Esta cultivar é altamente responsiva à fertilidade, o que resulta em maior produtividade por área. Além disso, tem uma excelente qualidade de grão e boa tolerância ao acamamento, o que é fundamental em ambientes de alta fertilidade, como os utilizados na rotação com soja", afirmou Castro.

Potencial da região e viabilidade econômica

Fábio Fadanelli, consultor comercial da LC Sementes, que oferece a cultivar BRS A502 entre suas opções, reforçou que a região tem grande potencial para retomar a liderança na produção de arroz. "O arroz de terras altas é uma cultura viável e muito lucrativa, especialmente na rotação com soja, utilizando sistemas de pivô central, áreas de abertura e reforma de pastagens. O cultivo do arroz, antes subestimado, agora oferece altas produtividades e rentabilidade aos produtores que investem nos tratos culturais adequados", concluiu Fadanelli.

Com as tecnologias e cultivares adaptadas à realidade local, o arroz de terras altas se posiciona como uma alternativa cada vez mais relevante e rentável para os produtores de Mato Grosso, com grande potencial de crescimento no mercado de segunda safra.

Fonte: Portal do Agronegócio

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