Publicado em: 07/06/2013 às 12:50hs
Segundo o indicador de preços do Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa (Rio Grande do Sul, 58% de grãos inteiros), nesta quinta-feira (07/5), valia R$ 33,75, acumulando alta de 0,66%. Pela cotação do dia, o valor chega a US$ 15,91/50kg.
Em maio o indicador acumulou valorização de 3,42%, fechando no dia 31/5 em média referencial de R$ 33,53 no Rio Grande do Sul, equivalendo a US$ 15,62/50kg, pela cotação na data. A última semana de maio acumulou queda, pois a alta no mês superou os 4,13% até o dia 27, recuando para 3,42%.
CONJUNTURA
A última semana de maio foi marcada por notícias negativas para o setor e muita expectativa. Esperava-se o anúncio de leilões de oferta do governo, que agora cogita-se virão no final de junho, e também correu a informação de alto volume de importação e pífio movimento de venda externa. Além disso, o mercado foi afetado por um pico de oferta do produtor e saída de mercado de algumas grandes indústrias, pressão do varejo para segurar preços e o descolamento de quase 30% do preço mínimo do governo federal, congelado em R$ 25,80 por saca, do custo de produção.
Mas, a primeira semana completa de junho abriu com notícias mais importantes, como o anúncio de uma safra pouco mais de 20 mil toneladas menor do que o esperado até maio, boas exportações do Mercosul para terceiros mercados, e um Plano Safra com recursos abundantes e investimentos para irrigação e armazenagem com juros controlados e 15 anos para pagar, incluindo carência de três anos. Mais recursos para o seguro rural e o esforço para ampliar o prazo para os produtores renegociarem as dívidas, por parte do próprio governo, ajudaram a reduzir a pressão sobre os preços.
De qualquer maneira, a maior parte dos analistas trabalha com a expectativa de que a comercialização de soja e milho no primeiro semestre e o menor estoque de passagem dos últimos anos, além de uma safra menor do que o esperado, além de uma maior capacidade de capitalização do produtor em função dos bons preços no ano passado, tenham criado um cenário de mudança do eixo de oferta do primeiro para o segundo semestre. Ou seja, o produtor segurou o arroz no primeiro semestre, mas terá que comercializá-lo logo no início do segundo em razão dos vencimentos do custeio, financiamentos e dívidas diversas, compra de insumos e planejamento da formação da lavoura 2013/14, que começa a ser semeada em setembro.
Se somaria a esse quadro a oferta de grãos pela Conab, aumento das importações, queda das exportações – aumentando a expectativa do estoque de passagem – que enfraqueceriam os preços. Uma queda nos preços normalmente é acompanhada do aumento da pressão de oferta, e vice-versa. O ponto positivo seria que, com uma queda de preços, o Brasil voltaria a ser competitivo para exportar e menos atrativo para as importações do Mercosul, podendo reequilibrar o mercado no final do ano.
O dimensionamento da área cultivada no RS, e no restante do Brasil, também terá papel cada vez mais importante no cenário futuro dos preços. Entre os arrozeiros é pacífico que a área não deve superar 1,05 milhão de hectares no RS para garantir preços mais remuneradores.
COMERCIALIZAÇÃO
No mercado livre a comercialização do arroz ainda é lenta. O grão gaúcho é cotado entre R$ 33,00 e R$ 34,00, em média, na maioria das praças, já com maior presença de oferta e alguma fraqueza nas cotações, tendendo mais para o piso do que o teto. Mesmo as variedades nobres tiveram pequena desvalorização, acima de 64% de inteiros alcançaram referencial de R$ 39,00 por saca no Litoral Norte, valor R$ 1,00 menor do que há uma semana por saca. Em Santa Catarina a saca vale, em média, R$ 33,00 no Sul do estado e R$ 34,00 em Turvo. No Mato Grosso, as cotações seguem estáveis em R$ 36,00 por saca de 60 quilos (55% acima).
INTERNACIONAL
No mercado internacional a China voltou às manchetes com uma importação de 2,4 milhões de toneladas de arroz em base casca previstas para o ano, um significativo aumento. Argumenta-se que parte do produto nacional tem alta concentração de cádmio, o que levou as autoridades chinesas a optarem pela importação de um volume maior do grão e a condenarem parte do arroz chinês. De outro lado, os analistas lembram que há até cinco anos a China exportava até 500 mil toneladas de arroz por ano e, agora, importará cerca de 2,5 milhões, o que acrescentaria uma demanda de mais 3 milhões de toneladas anuais, cerca de 8% do comércio internacional. Também neste cereal o país se tornará protagonista do mercado mundial.
Outra notícia importante divulgada essa semana pelo USDA é a de que a Rússia aumentará em 15% as suas compras de arroz no comércio internacional, para 240 mil toneladas em 2013. A FAO divulgou que os preços internacionais se mantiveram estáveis em maio, principalmente devido a uma valorização do Basmati, que equilibrou o indicador com uma leve desvalorização das variedades japônicas.
SAFRA
Nesta quinta-feira a Conab divulgou o nono levantamento da safra de grãos 2013/14. As novidades são a queda de pouco mais de 20 mil toneladas na estimativa de produção total: que deve fechar em 11,92 milhão de toneladas de grãos no total na temporada – alta de 2,8% sobre o ciclo 2012/13 - e a retração proporcional do estoque de passagem em 28 de fevereiro de 2014, para 1,406 milhão de toneladas. Apesar do fraco desempenho das exportações, a companhia manteve a estimativa de que o Brasil jogue no mercado externo 1,1 milhão de toneladas. A importação prevista é de 1 milhão de toneladas.
A área plantada com arroz na temporada 2012/13 foi estimada em 2,396 milhões de hectares, ante 2,426 milhões semeados na safra 2011/12. A produtividade das lavouras foi estimada em 4,977 mil quilos por hectare, superior em 4,1% aos 4,780 mil quilos por hectare na temporada passada.
MERCADO
A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica cotações médias estáveis de R$ 33,60 para a saca de arroz de 50 quilos, em casca, no Rio Grande do Sul. O valor referencial para a saca do produto beneficiado, em 60 quilos, é de R$ 70,00, estável, uma vez que o varejo não está aceitando o repasse da alta da matéria-prima pelas indústrias. A tonelada do farelo de arroz colocado em Arroio do Meio/RS se manteve em R$ 350,00, uma vez que a boa safra de milho garantiu o abastecimento do setor de rações. Também estável é o preço do canjicão (60kg/FOB) em R$ 37,00. A quirera (60kg/FOB) permanece em R$ 33,50.
Fonte: Planeta Arroz
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