Algodão

Desvalorização nos referenciais internacionais reflete no mercado doméstico de algodão

A comercialização da fibra foi moderada, com interesse por negócios na entrega mais para frente do que no spot, informou a SAFRAS Consultoria


Publicado em: 23/06/2023 às 20:00hs

Desvalorização nos referenciais internacionais reflete no mercado doméstico de algodão

O algodão apresentou mais uma desvalorização nos referenciais internacionais ao longo desta semana e novamente refletiu no mercado físico brasileiro. A comercialização da fibra foi moderada, com interesse por negócios na entrega mais para frente do que no spot, informou a SAFRAS Consultoria.

Na quinta-feira (22), o preço da pluma colocada na indústria em SP ficou em torno de R$ 3,95/libra-peso, uma desvalorização de 1,25% em relação a semana passada, quando era cotada a R$ 4,00/libra-peso. No mesmo período do mês anterior, o preço para o produto colocado no armazém era R$ 3,90/libra-peso, uma alta de 1,28%.

O algodão no FOB de Santos caiu para US$ 82,16 centavos por libra-peso, ante US$ 83,13 centavos por libra-peso da semana anterior. O prêmio pago pelo algodão diante do referencial de Nova York ficou indicado em +2,01 centavos por libra-peso contra ICE US. Há uma semana era +1,25 centavos por libra-peso.

“A demanda externa segue cautelosa, apostando na pressão sazonal com a chegada de algodão brasileiro novo no mercado e preocupada com sinais erráticos da economia mundial”, explica o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.

Segundo o consultor, enquanto a leitura para a China é mais positiva, a mudança de comportamento do Fed é um balde de água fria nas pretensões de alta de curto prazo no mercado. No entanto, é bom lembrar que o algodão era negociado em igual época do ano passado a R$ 7,60 por libra-peso. Acumulando no período perdas de 48%.

Nesse sentido, o principal ajuste negativo já aconteceu, havendo agora espaço para algum realinhamento mais fino com o avanço da oferta disponível no mercado. Por outro lado, uma reação na demanda ao longo do 2o semestre pode servir, inclusive, de impulso aos preços.

“Nesse racional de melhora da demanda, uma boa safra norte-americana eleva a concorrência externa, servindo como contraponto as investidas de alta. Em todo caso, é importante o produtor brasileiro assimilar que o atual momento é de preços mais baixos e margens bem mais estreitas. E a partir do entendimento dessa nova realidade, buscar gerir eventuais volatilidades positivas, mesmo que modestas”, adverte Barabach.

Fonte: Agência SAFRAS

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